Titularidade à vista no Sporting: "Sabe o que vai fazer antes da bola lhe chegar"
Daniel Bragança vai estar no onze contra o Varzim e antigos técnicos explicam que os empréstimos ao Farense e Estoril deram-lhe outra intensidade.
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Daniel Bragança foi o único médio de origem a ficar em Alcochete para preparar o Varzim e terá, na Taça de Portugal, a chance de somar a quarta titularidade do ano e consolidar a ideia de que está mais intenso.
"Toda a gente via que tinha um enorme potencial. No entanto, faltava-lhe ritmo e agressividade. A criatividade, porém, estava lá", recorda a O JOGO, Luís Martins, antigo coordenador técnico da formação do Sporting, que viu Daniel ser campeão nos juvenis e nos juniores, ainda orientando o médio na equipa B por curto período, não tendo dúvidas sobre o que mudou no jogador: "Achávamos que era preciso ganhar intensidade, ser mais forte nos duelos defensivos e o empréstimo era a melhor opção. Jogaria mais, estaria numa equipa mais de contra-ataque. Teria de correr mais e, à medida que foi amadurecendo, melhorou muito isso. Ganhou mais intensidade e, mesmo não sendo alto, protege muito bem a bola. Fez-lhe bem sair. Não dá ao processo defensivo o que Palhinha dá, mas tem mais chegada e criatividade. São compatíveis."
Pedro Duarte, sem clube atualmente, orientou o Estoril em 2019/20, sucedendo a Tiago Fernandes, técnico que orientou Bragança nos juniores leoninos e que facilitou o empréstimo do jogador. "O Daniel é um homem inteligente. Percebeu a preponderância que tinha na equipa. Acredito que houvesse uma identificação com o Tiago, mas continuou a jogar e nem falei com ele sobre isso. Ele trabalha nos limites, sabia que tinha de investir na sua carreira e não senti que o afetasse. Foi uma mudança pacífica", assinala o técnico que rumou depois à Sanjoanense, constatando que voltar ao Sporting era o desejo do médio: "Ele sabia que estava de passagem e todos sabíamos que, para ele, jogar pelo Sporting era um sonho. Nunca o escondeu e sempre disse querer jogar mais do que no Farense [empréstimo anterior]. Fico feliz por ter acrescentado algo à carreira dele."
Duarte aprecia o talento de Daniel. "Antes da bola lhe chegar, ele já sabe o que vai fazer. Resolve as coisas de uma forma fácil. E com um movimento de corpo tira adversários da jogada. Tem muita criatividade e sempre que entra tem dado sinais positivos", avalia o treinador de 41 anos, destacando Bragança também pela "canhota interessante para as bolas paradas", apontando a "falta do bicho do golo porque gosta mais de dar ao colega".