Futuro de Pedro Proença conhecerá novos episódios em junho. Braga insatisfeito com clubes da Direção por causa das cartas enviadas ao Governo e à Presidência da República, apesar de esclarecidas.
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A continuidade de Pedro Proença na presidência da Liga de Clubes estará dependente do debate e da agenda da assembleia geral extraordinária que o próprio solicitou para 9 de junho. A reunião de quinta-feira, entre o dirigente máximo do futebol profissional e os presidentes dos 18 emblemas da I Liga, ficou marcada por grande contestação ao Executivo e à Direção do organismo, tendo esta sido visada por António Salvador, presidente do Braga, que a acusou de inoperância, considerando ainda que os clubes que a compõem se deviam demitir do cargo.
O JOGO apurou que as críticas do dirigente dos arsenalistas estavam relacionadas com um conjunto de cartas que Pedro Proença enviou ao Governo e à Presidência da República, cujo teor era desconhecido pelos clubes. Por essa razão, apontou o dedo aos oito que integram a Direção da Liga - Benfica, FC Porto, Sporting, Tondela, Gil Vicente, Leixões, Mafra e Cova da Piedade -, argumentando que, se desconheciam a iniciativa de Proença não estão na Direção a fazer nada, e se sabiam acabaram por atraiçoar os restantes clubes.
Presidente da Liga esclareceu os clubes: só haveria jogos em sinal aberto se os proprietários dos direitos televisivos fossem ressarcidos em 50 milhões de euros
A propósito dessas cartas, o presidente da Liga esclareceu os interlocutores que em momento nenhum ofereceu os direitos televisivos a operadores de sinal aberto sem quaisquer contrapartidas para os clubes e para os operadores que são seus proprietários. Ao contrário, assumiu, isso só aconteceria se todos fossem ressarcidos em cerca de 50 milhões de euros pela transmissão dos jogos das 10 últimas jornadas, conforme a carta que escreveu ao ministro da Economia.
Esta altercação de Salvador aconteceu depois de Proença ter informado os presidentes da sua solicitação à Mesa da Assembleia Geral do organismo da marcação de uma reunião magna extraordinária, na qual serão debatidas a sua continuidade na liderança e a questão dos fundos da II Liga, assunto este que motivou, a 15 de maio, um requerimento do Marítimo ao Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) (ver peça ao lado).
Pedro Proença esclareceu
Tal como O JOGO adiantou na sua edição de quinta-feira, a contestação a Pedro Proença motivou-o à realização da reunião magna - a primeira data apontada seria dia 6 - que servirá, essencialmente, para referendar a sua presidência dando voz aos clubes.
A este propósito, António Salvador disse que preferia uma assembleia geral a 2 de junho para discutir o modelo de governação do organismo, uma bandeira que há muito tem levantado em nome do Braga e do G15, grupo dos clubes de média dimensão. Admitiu também que a continuidade de Pedro Proença é assunto para a reunião magna e criticou-o por não ter levado em conta a sugestão de pedir ajuda à Federação Portuguesa de Futebol no início da pandemia.
Por sua vez, Carlos Pereira, presidente do Marítimo, perguntou ao presidente da Liga se achava que tinha condições para continuar no cargo. A verdade é que, apurou O JOGO, Pedro Proença não tem intenção de se demitir sem conhecer a vontade expressa dos 34 clubes (das duas ligas profissionais) em sede de assembleia geral.