Uma dica para o Benfica: "É preciso estar sempre de olho em Diogo Jota e na bola"
Ricardo Pereira, lateral português do Leicester, uma das três equipas que já bateram o Liverpool, alerta para o avançado "que tem feito a diferença".
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A 28 de dezembro do ano passado, o Liverpool esbarrou contra a parede defensiva do Leicester, perdendo por 1-0.
Um único remate enquadrado, por Lookman, valeu os três pontos aos foxes naquela que foi, até ao momento, uma das três derrotas dos reds em 2021/22: as outras foram contra Inter (1-0 em Anfield) e West Ham (3-2 em Londres). A O JOGO, Ricardo Pereira fez o papel de "analista", explicando de que forma o seu Leicester encravou uma das maiores máquinas ofensivas da atualidade.
E aqui fica a receita dada pelo internacional português. "Acima de tudo, é preciso defender bem, pois o ataque é um dos pontos fortes deles, é preciso estar concentrado e haver entreajuda. E, depois, ser eficaz nas ocasiões criadas", frisa o defesa-direito, que não hesita em apontar o homem do momento nos reds: "Diogo Jota tem sido decisivo, tem feito a diferença, mas pode escolher-se qualquer um dos outros avançados como fonte de perigo. Todos têm um nível bastante alto. Quanto ao Jota, para tentar anulá-lo é preciso não lhe dar muito espaço pois só precisa de meia oportunidade para marcar e parece estar sempre no sítio certo. É preciso estarmos sempre de olho nele e na bola."
Além de Diogo Jota, há nomes como Salah, Mané, Luis Díaz ou Firmino numa frente de ataque de muitas opções e qualidade. O ala português avisa para não se pressionar muito em cima. "Como são jogadores que tanto vão buscar a bola com o pé como nas costas dos defesas, estar muito perto não é o mais indicado. É preciso um meio termo", aponta.
Na análise de Ricardo Pereira não há fraquezas na equipa de Jurgen Klopp. No entanto, por experiência própria, o defesa vê um ponto explorável: os laterais Alexander-Arnold e Robertson são verdadeiras máquinas ofensivas à direita e à esquerda mas, por isso, também podem abrir espaço na retaguarda. "Sim, esse é um dos pontos a explorar mas não diria ser um ponto fraco. O Benfica terá de estar no seu melhor para ser bem sucedido na eliminatória", diz o ala, que não vê grande problema para os reds o facto de, nesta fase, jogarem duas vezes contra o rival Manchester City: "O Liverpool é uma equipa habituada a muitos jogos, a momentos decisivos e não acredito que lhes faça muita diferença."
Depois do que viu o Liverpool fazer contra o FC Porto na fase de grupos, Ricardo admite que a eficácia da formação de Klopp é um problema. "Contra o Liverpool, até mesmo em Inglaterra, o FC Porto teve bola, mostrou a sua identidade e não deixou o Liverpool aplicar todo o seu jogo. Mas esta é uma equipa muito eficaz, não precisa de criar muitas oportunidades para fazer golos", frisa.
Dificuldades à parte, Ricardo acredita que as águias podem eliminar o Liverpool. "O que o Benfica fez até agora, chegando às oito melhores equipas da Europa, já é bastante bom. E, estando aqui, há sempre a possibilidade de ainda ir mais longe, o que faria a diferença na época", frisa o defesa do Leicester, que acha vê o excesso de euforia nos adeptos dos reds por terem um adversário teoricamente mais fraco como uma arma para os encarnados: "Não tanto os jogadores do Liverpool, mas o resto à volta da equipa pode ter a ideia de que este será um jogo fácil. Já aconteceu muitas vezes o menos favorito surpreender e isso é algo que o Benfica pode usar a seu favor."