Figurino para 2021/22 não contempla o regresso dos cedidos, que terão de ser recolocados.
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O Sporting terminou 2020/21 com a conquista do ansiado título de campeão nacional que fugiu durante 19 anos e o objetivo é manter a base do mesmo plantel, não estando previsto, segundo O JOGO apurou, nos planos de Rúben Amorim, promover o regresso ao clube de nenhum dos jogadores que estiveram emprestados na presente temporada.
O técnico, que chegou aos leões ainda na época anterior, analisou o grupo nos primeiros meses de trabalho, testou e promoveu jovens da formação, e tomou medidas para "limpar" o plantel que herdou, construindo um novo quase de raiz. O sucesso alcançado dita a planificação da próxima temporada e a insistência e firmeza nas decisões tomadas há meses.
Em 2020/21 o Sporting emprestou um total de 16 jogadores ligados ao plantel principal, ora no início da temporada, ora a meio. Houve cedências claramente bem sucedidas em termos de utilização, como as de Rosier, Battaglia, Pedro Marques e Leonardo Ruiz, mas a maioria não aproveitou para ganhar a rodagem necessária para chamar a atenção no mercado e, eventualmente, de Amorim. No entanto, a estratégia é manter a linha tomada há um ano, com aposta em miúdos da casa e apenas alguns retoques no plantel, sobretudo para reposições de talentos que o mercado de transferências possa levar de Alvalade.
Convém referir que dos 16 atletas emprestados, um deles está cedido até final do ano civil: Bruno Gaspar, aos Vancouver Whitecaps da MLS (liga norte-americana). Outro, Tiago Ilori, seguiu para o Lorient, mas o infortúnio de uma lesão sofrida mal chegou a França impediu que fosse utilizado.
O lateral-direito Valentin Rosier, como mencionado anteriormente, foi o grande vencedor dos emprestados. Fez uma temporada vistosa no Besiktas - em termos de minutos só foi batido nos leões por Coates (ver quadro nestas páginas) - e despertou cobiça de clubes de várias ligas, ambicionando agora chegar a um dos cinco campeonatos de topo da Europa. O francês, refira-se, pode render aos leões à volta de seis milhões de euros, o que daria para cobrir o preço de custo há dois anos (cinco milhões de euros).
Além de Rosier, Battaglia e Sporar podem ser os jogadores mais interessantes no mercado, mas as temporadas de ambos não auguram a chegada de propostas convincentes para a compra dos seus passes.
"Encalhado" por prestações, condição física problemática e idade (30 anos), está Diaby, que não rendeu nem no Getafe nem no Anderlecht. Outros podem dar pequenos encaixes por negociação dos seus passes ou até pelos sucessivos empréstimos em que estão envolvidos, além da supressão de pagamento de vencimentos em alguns casos.
Pedro Marques pode ser exceção para a pré-época
Esta temporada o avançado Pedro Marques começou na equipa B, teve a sua oportunidade com Amorim na Taça de Portugal, contra o Sacavenense, e correspondeu com um bis em poucos minutos em campo. Pouco tempo depois, a SAD e o técnico entenderam que o melhor era que ganhasse mais rodagem e foi emprestado ao Gil Vicente. Apesar de desempenhos positivos nos minhotos, a intenção dos leões é voltar a ceder o jovem atacante, embora não seja de descartar a sua presença no estágio de pré-temporada da equipa verde e branca, até porque o plantel nessa altura (a 28 de junho, data do início dos trabalhos) estará certamente desfalcado dos jogadores que representaram as suas seleções em provas internacionais.
E se dos emprestados não está previsto que alguém volte a casa para integrar o plantel do campeão nacional, Amorim espera dar saída a dois jovens talentos que quer ver a evoluir e ganhar maturidade pessoal e competitiva noutras paragens, como são os casos do defesa Eduardo Quaresma e do extremo Gonzalo Plata, que podem servir de moeda de troca em futuros negócios, pois são jogadores apetecíveis pelo menos na Liga portuguesa... e não só, sobretudo o internacional do Equador.