Lytvyn, jogador do Lourosa, receoso dos próximos meses na Ucrânia e a trabalhar por nova subida do clube do concelho de Santa Maria da Feira.
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Dmytro Lytvyn é um central ucraniano de 26 anos, originário da região de Kharkiv, chegando a Portugal em 2015/16 para jogar no Aves, passando depois por Fafe e Real Massamá.
A carreira prosseguiu pela Ucrânia e Rússia, até que a guerra tudo mudou e Lytvyn não exitou a abandonar o futebol russo, vendo o seu país massacrado pelos bombardeamentos e condenado a sofrimento. Depois de breve passagem pelo Klaksvik, das Ilhas Faroé, sensação este ano na Liga Conferência, Voltou a Portugal para defender as cores do Lourosa, tendo sido bafejado por uma subida à Liga 3 na época passada, vendo o clube empenhado em consumar mais um salto, discutindo para já os primeiros lugares na sua série, só por detrás do Felgueiras.
O ucraniano está de pedra e cal na defesa da equipa liderada por Jorginho. "Tivemos um grande arranque de temporada, o objetivo é ficar nos primeiros quatro para disputar a oito o play-off da promoção. Estamos preparados para cada adversário com um bom estado de espírito e muita dedicação", sublinha Lytvyn, a atravessar, aos 26 anos, fase bastante agradável, mesmo que a cabeça continue atormentada pelo que se passa na Ucrânia. "Comecei em Portugal a carreira profissional, fiquei muito feliz por voltar. E tudo correu bem. Sem dúvida a subida foi, talvez, o momento mais marcante da minha carreira por cá. Foi uma época extraordinariamente difícil e ter conseguido o objetivo gerou reações de muita felicidade", frisa, reconhecendo as ambições fortes de quem manda, já que o presidente Hugo Mendes.
"O clube e o presidente criaram todas as condições para tentarmos mais uma subida. Sente-se que o Lourosa está a mover-se na direção certa. Se assim continuar, neste rumo, não tenho dúvidas que serão atingidos os maiores objetivos traçados por ele", documenta o central, feliz pelo sucesso na Europa do Klaksvik.
"São uns rapazes formidáveis, grandes profissionais e que trabalham arduamente todos os dias. Eu penso que todas estas pessoas, residentes nas Ilhas Faroé, merecem bastante esta aventura incrível que estão a ter. São umas férias futebolísticas. Na minha passagem por lá senti que a equipa era muito dominante e o campeonato não propriamente interessante de se jogar."
Sobre a guerra que continua a causar fatalidades e um rasto de destruição na Ucrânia, Lytvyn é perentório a deixar mais um alerta. "As pessoas continuam a lutar pela sua casa e pela liberdade todos os dias. O nosso exército continua a necessitar de ajuda, de receber sistema antimísseis e outras armas potentes. A situação é esta: nos próximos meses, os russos vão começar ataques terroristas, bombardeamentos das nossas centrais, recursos energéticos e zonas civis. Vão querer deixar os ucranianos sem luz e aquecimento. É importante que não abrande a ajuda, é extremamente importante reforçá-la", exorta.