Sem o campeão mundial, as águias têm melhor percentagem de vitórias, empates e derrotas, e também de golos marcados e sofridos. Cumprido o castigo, o técnico terá de decidir se o lança no onze
Corpo do artigo
Di María dá um perfume especial ao futebol do Benfica e Bruno Lage não se cansa de lembrar isso mesmo, mas também o currículo de conquistas e o número de golos e assistências do craque argentino, para justificar a aposta constante na sua titularidade. Cumprido um jogo de castigo, o argentino volta a entrar no lote de disponíveis e o treinador setubalense terá de decidir novamente se o encaixa de imediato no onze, decisão que o obrigará a deixar de fora nomes como os de Schjelderup, Bruma ou Amdouni, os candidatos mais evidentes ao posto, para dar a titularidade ao camisola 11 que, olhando aos números, tem influência… negativa nos registos coletivos dos encarnados.
Com Akturkoglu de volta a um patamar exibicional e de influência alto, que lhe entrega de bandeja um lugar no onze, Pavlidis a carburar em frente à baliza e Aursnes como pêndulo indiscutível, contando que Bruno Lage não abdicará de dois médios (Kokçu e o também regressado de castigo Florentino) para dar força ao miolo, sobra uma vaga. Di María tem sido dono dessa posição em falta e, ao longo da época, ajudou com 15 golos e oito assistências, mas também esteve ausente em 15 partidas, algumas por decisão de poupança de Bruno Lage, um por castigo, vários por problemas físicos, nomeadamente lesões ou queixas musculares, que… não tiveram influência no rendimento do coletivo.
Os números não mostram a magia do futebol que Di María ainda tem apresentado nos relvados nacionais (e também europeus), mas comprovam que o Benfica resiste sem ele e, pelas características diferentes dos substitutos ou diferente forma de se apresentar em campo, até apresenta registos mais expressivos em vários capítulos. Num curto resumo, os encarnados venceram mais, empataram e perderam menos, marcaram mais golos e sofreram menos nos embates que tiveram pela frente sem ter o contributo do camisola 11.
Nos 37 jogos em que Lage lançou (a titular ou do banco) Di María, o Benfica venceu 67,6% dessas partidas, empatou 13,4% e perdeu 18,9%. Apontou 88 golos (2,37 de média dos 130 totais) e sofreu 35 (0,94 dos 46 encaixados). Nos 15 encontros sem Angelito – oito de Liga, três da Liga dos Campeões e quatro da Taça de Portugal –, as águias venceram 80% (12), empataram 6,7% (1) e perderam 13,3% (2). Nos tiros certeiros, foram obtidos 42 (2,8 de média) e sofridos 11 (0,73 por jogo), números que seriam igualmente superiores, mesmo descontando os volumosos 9-0 em dois jogos com o Tirsense para a Taça de Portugal.
Sem golos antes da primeira visita
O historial de duelos de Di María frente a equipas nacionais é extenso, tendo o extremo defrontado, nas duas passagens pelo Benfica, um total de 33 formações lusas, entre elas, o Estoril. Porém, curiosamente, nunca o dianteiro argentino pisou o palco dos canarinhos, tendo apenas defrontado este adversário por duas vezes no Estádio da Luz e uma vez em Leiria, numa meia-final da Taça da Liga que os estorilistas venceram nas grandes penalidades. Será, portanto, a primeira visita ao Estádio António Coimbra da Mota, oportunidade para tentar… estrear-se a marcar ou a assistir frente ao último adversário das águias antes do dérbi com o Sporting.