Cerca de duas dezenas de adeptos fizeram receção a intimidar os atletas, empolando o ataque à Academia. Reação do clube foi enérgica, apelando mesmo à intervenção do próprio Estado.
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O Sporting chegou domingo à noite a Ponta Delgada, onde defronta esta segunda-feira o Santa Clara, em jogo a contar para a 14.ª jornada da Liga, que se disputa a partir das 19h00. Ao chegarem ao hotel que hospedou a equipa, os leões foram recebidos por adeptos descontentes com o atual momento desportivo vivido pela equipa comandada por Jorge Silas. Contudo, a seguir aos habituais gritos de "Joguem à bola!", "Suem a camisola!" ou "Vão todos para o car..., o Sporting somos nós!", as pouco menos de duas dezenas de adeptos, de rosto tapado, passaram a gritar em uníssono: "Alcochete sempre!"
A gravidade da exortação é ainda maior na medida em que esta foi a semana em que os jogadores passaram a testemunhar em relação ao ataque à Academia, perpetrado a 15 de maio de 2018, nomeadamente Luís Maximiano, Wendel, Mathieu, Bruno Fernandes, Ristovski ou Podence. Havia agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) no local, mas não se verificou qualquer ação, nem foi identificado nenhum dos adeptos que entoaram o cântico, que pode ser encarado como uma ameaça ao grupo liderado por Silas. A comitiva leonina era chefiada por Hugo Viana.
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Em comunicado, o Sporting fez saber que "repudia mais um ataque feito à sua equipa de futebol profissional". "Cânticos de "Alcochete sempre", com gente outra vez de cara tapada, depois de vários atletas terem ido depor a tribunal e quando outros ainda terão que ir a tribunal, é uma vergonha e uma manobra de coação", prosseguem os leões, que concretizam: "Louvar, promover, glorificar o dia mais negro da História do Sporting Clube de Portugal, em cânticos, é um incitamento à violência e ao ódio." "É um problema do futebol português, um problema do Estado português e não há mais tempo, nem mais pretextos, para que se continue a assobiar para o lado", reclamam os leões, antes de deixarem um apelo: "O Sporting Clube de Portugal apela aos seus sócios, à sua massa associativa, para que apoiem os seus atletas, as suas equipas, em todos os campos, em todos os pavilhões, porque os nossos atletas precisam e muito do apoio de quem é mesmo, genuinamente, do Sporting Clube de Portugal." A mensagem não termina sem deixar uma garantia: "Não recuaremos nunca perante a ameaça, a agressão, o ódio, contra o Sporting e contra os seus."
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Frederico Varandas, presidente dos leões, viaja hoje para os Açores, para assistir ao jogo, e é esperada uma tomada de posição sobre os incidentes à chegada da equipa.