Três anos sem parar e até um casamento a correr: a grande tournée de dupla do Sporting
Há três anos que Acuña e Coates não paravam: entre Sporting e seleção, disputaram quase 300 jogos. Mundial e Copa América limitaram-lhes as férias e nesta quadra, de suspensão, são quem mais beneficia dela.
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A pandemia causada pela covid-19 foi um travão a fundo no futebol.
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Em Portugal, e no caso específico do Sporting, passou-se quase mês e meio sem jogar ou sequer pisar a relva da Academia, situação que já causou, pelos testemunhos de elementos da estrutura do leão, um contexto de "destreino" entre os jogadores; trocando por outras palavras, os futebolistas acabaram por perder as rotinas competitivas e apresentam cada vez mais limitações a nível técnico.
É, contudo, tempo de reflexão, e com efeito, O JOGO percebeu se esta paragem trouxe algum tipo de benefício ao leão: não há muitas consequências positivas a tirar, para já, desta crise, mas facto é que pelo menos dois jogadores colocaram um ponto final a uma "tournée" de três anos entre clubes e respetivas seleções. Os protagonistas são Acuña e Coates, que desde 2017 fizeram, entre ambos, um total de 295 jogos.
Argentino e uruguaio, para além de serem dos mais utilizados nas últimas três épocas em Alvalade, foram sempre convocados para as respetivas seleções. Férias, poucas, até que chegou... a quarentena
Vamos, então, aos números recolhidos pelo nosso jornal, demonstrativos que argentino e uruguaio sempre foram pilares fundamentais no Sporting, mas também homens de confiança dos selecionadores das suas nações. A época 2017/18 foi especialmente puxada, pois para além de pré-eliminatória da Champions, fase de grupos e a caminhada até aos quartos definal da Liga Europa, o leão ainda cumpriu as 34 rondas da Liga e ainda foi à final da Taça de Portugal, isto com um ataque à Academia pelo meio. Acuña terminou o ano desportivo com 61 (!) jogos oficiais, 54 de leão ao peito e mais sete pela alviceleste; Coates, também determinante, fez 54 (52 no Sporting e dois na formação celeste), mas não foi poupado nas viagens, uma vez que apesar de ter jogado apenas duas ocasiões pela sua seleção, esteve no banco outra dez.
Chega o defeso, a instabilidade no clube e ainda o Mundial da Rússia, onde as duas equipas da América do Sul ultrapassaram os grupos: férias mínimas e o regresso da dupla para uma temporada de reerguer, de novo com Acuña e Coates a superarem a barreira dos 50 jogos (ver infografia em anexo) e a deslocarem-se para a outra ponta do globo de escudo nacional ao peito, visitando Arábia Saudita, Estados Unidos e até a Coreia do Sul. Fim da época e descanso? Não! Percorrendo um caminho idêntico, ambos foram chamados para a Copa América, no Brasil, limitando de novo o período de descanso para a nova temporada, que até ver deu 36 embates a Acuña e 35 ao capitão dos leões. Respiram, por agora, fundo, mas com o lado perverso de terem estado completamente parados, confinados a habitações com jardim e a perder, aos poucos, rotinas quase crónicas. No total desta epopeia, Acuña acabou com 152 jogos; Coates com 143.
"Huevo" casou a correr antes de rumar a Portugal
Acuña supera Coates nesta tabela e mesmo não desconsiderando o capitão do Sporting, certo é que o percurso de Acuña ainda é mais extenso: antes de 2017, ano em que assinou pelo leão, já o central fazia parte do plantel, o esquerdino tinha terminado a época junho dentro, pelo Racing Avellaneda. Com a administração, então liderada por Bruno de Carvalho, a insistir por um extremo na América do Sul - Pity Martínez, do River Plate, era a primeira escolha de Jorge Jesus -, acabou por fazer um raide decisivo para agarrar o seu futuro camisola 9, que nesse verão aproveitou... para casar, passar uma mini lua de mel no Brasil e, então, viajar para a Europa, aterrando em Lisboa e levantando de imediato voo para a Suíça, onde estava a acontecer o habitual estágio de pré-época. Intenso... ao máximo!