Lesões de Moura e David Carmo, em 2020/21, e as de Sequeira, Tormena e Buta, esta época, diminuíram as opções para a retaguarda. Saída de Esgaio também afetou o rendimento.
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Com mais três golos sofridos do que em igual período da última temporada, o processo defensivo do Braga continua a dar dores de cabeça a Carlos Carvalhal.
Na última época, a defesa foi apontada como o calcanhar de Aquiles do Braga e motivou a reformulação do sector, mas o equilíbrio ainda não foi obtido. Onda de lesões ajuda a explicar o problema
Depois de um período de cinco jogos (Moitense, Ludogorets, Gil Vicente, Paços de Ferreira e Portimonense) em que a baliza arsenalista não foi invadida, nas últimas quatro partidas houve registo de 11 golos sofridos. As muitas lesões de jogadores do sector recuado ajudam a explicar o problema, potencialmente agravado com a saída no mercado de verão de Ricardo Esgaio, um elemento que estava rotinado com a manobra defensiva do Braga.
O assunto não é uma novidade para Carlos Carvalhal. Na última temporada, o treinador também sentiu problemas para estabilizar a zona defensiva, primeiro devido à lesão de Moura, em novembro, que o afastou da equipa até ao fim da época, e depois com o infortúnio que atingiu David Carmo, em fevereiro, mantendo-se afastado dos relvados até agora. E pelo meio desses dois problemas, Bruno Viana, outro elemento muito utilizado, saiu do Braga no mercado de janeiro.
Esta época, o cenário não tem sido muito diferente. Ainda que Moura tenha voltado às opções após recuperar de uma grave lesão, ao contrário de David Carmo, Carlos Carvalhal ficou sem Sequeira no início de novebro, um jogador considerado essencial nas dinâmicas do treinador, dado que fazia de terceiro central e de municiador do ataque pelo lado esquerdo. A baixa do camisola 5 levou a uma reformulação da defesa a três do Braga, entrando o jovem Bruno Rodrigues para o meio e motivando a colocação de Diogo Leite sobre a esquerda. E se com o Santa Clara a mudança resultou, num jogo em que a zona defensiva da equipa não foi especialmente colocada à prova, no confronto com o Midtjylland houve sinais evidentes de insegurança no sector recuado.
Há ainda outro jogador afetado por lesões e que retira margem de manobra ao treinador. Tormena lesionou-se há cerca de um mês e ainda não voltou a entrar nos planos arsenalistas, precisando ainda de readquirir ritmo competitivo. O brasileiro foi bastante utilizado no início da temporada e saiu do onze depois do jogo com o Estrela Vermelha, em Belgrado, no qual cometeu um penálti desnecessário, que deu origem à derrota do Braga. Numa altura em que o central dava sinais de ameaçar a concorrência, uma lesão muscular estragou-lhe os planos, motivando, por outro lado, o ressurgimento de Raul Silva como solução de recurso. Por último, e descontando a ausência circunstancial de Matheus no último jogo, Carvalhal ainda não teve Buta disponível; o defesa-esquerdo tem tido problemas físicos desde a pré-época.
Diogo Leite deverá manter-se
Muito criticado pelos adeptos arsenalistas devido ao penálti cometido no jogo com o Midtjylland, Diogo Leite deverá manter-se como primeira opção frente ao Vizela, na terça-feira. Isto porque Tormena está a voltar de uma paragem prolongada e ainda não reúne as condições ideais para competir, e também porque só resta Raul Silva, jogador que não tem merecido a confiança do treinador. A outra solução seria passar para uma defesa clássica, a quatro, algo improvável, atendendo ao histórico de opções tomadas por Carlos Carvalhal.