Na proposta que enviou à Câmara, o Braga solicitou a cedência, sem custos, do Estádio 1º de Maio e de um espaço destinado a um multiusos, calculando um investimento até 60 milhões de euros.
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O projeto de remodelação do Estádio 1.º de Maio, a aguardar aprovação da Câmara Municipal para ser levado à prática, não é um tiro no escuro para a sociedade desportiva do Braga.
Está enquadrado num plano de negócios muito concreto, baseado em equipamentos desportivos similares, e prevê que proporcione uma receita anual de cerca de dez milhões de euros, quando o resultado operacional do Estádio Municipal (a casa atual da equipa principal), apelidado de "Pedreira", se fica por apenas dois milhões.
"A receita de bilhética não existe [na Pedreira], o que se consegue vem de patrocinadores, vendas de camarotes e das transmissões televisivas", comentou, há pouco mais de duas semanas, António Salvador, o presidente do clube, quando participava no fórum "Trio de Quatro", emitido pelo Diário do Minho TV, garantindo que o futuro 1.º de Maio, situado muito próximo do centro da cidade, não servirá apenas para um jogo numa semana, será antes um estádio "para todos os dias, para o lazer e cultura".
De acordo com o plano apresentado à autarquia, a que O JOGO teve acesso, o Braga aposta na conceção de um estádio moderno e funcional (com lotação para 20 mil espectadores), capaz de conquistar médias de assistência bastante razoáveis, e ainda na dinamização da zona circundante com atividades que criem fluxo de pessoas em todos os dias da semana. Nesse sentido, propõe construir um edifício multiusos que albergará um parque de estacionamento público, uma zona de restaurantes, escritórios, uma piscina e até um hotel. "O estádio, a piscina, o "food court", o pavilhão e o hotel serão o cerne do futuro parque central da cidade, contribuindo decisivamente para a sua afirmação como o principal polo de entretenimento e lazer do município", pode ler-se na proposta enviada à autarquia, que solicita a cedência, sem custos, dos lotes do Estádio 1.º de Maio e do espaço destinado à construção de um edifício multiusos. A requalificação do 1º de Maio e a construção do edifício Multiusos, com um custo de 50/60 milhões de euros, serão integralmente suportados pelo Braga.
Um parque referência na cidade
O 1.º de Maio situa-se no parque da Ponte e há muito que a Câmara Municipal projeta unir esse espaço ao Monte Picoto, criando assim uma espécie de grande parque central na cidade que integraria, para além do estádio, a piscina municipal, o pavilhão do ABC e o Altice Fórum. No plano apresentado, o Braga propôs que seja a câmara a assumir a construção de uma pista de atletismo com edifício de apoio, as intervenções necessárias nos Parques do Picoto e Parque da Ponte e, por fim, a construção das redes viárias envolventes.