Aposta André Almeida elevou o estatuto que nunca teve com Jesus. Três variações depois, Vitória encontrou a fórmula "com a qual mais se identifica"
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Volvido um período de "testes" em competição, Rui Vitória encontrou no Dragão a fórmula que neste momento lhe proporciona maior contentamento no recheio do meio-campo. No centro da equação está a inclusão de André Almeida - com consequente ligeiro adiantamento de Samaris -, o "pau para toda a colher", como lhe chama o técnico Manuel José, que agora evolui para se tornar num dos pilares do miolo benfiquista.
Rui Vitória arrancou com Fejsa e Pizzi, saltou de pronto para Samaris-Pizzi e tentou mais tarde Talisca na fórmula, mantendo sempre o grego (Pizzi encostou). No último clássico com o FC Porto, todavia, André Almeida surgiu como titular no meio-campo e desde então já leva três encontros seguidos e completos no onze, cenário virgem no seu trajeto de águia ao peito, desde que tomemos por bitola a mera e exclusiva opção técnica. Nas duas últimas épocas, por exemplo, o internacional luso teve ampla utilização sob o comando de Jorge Jesus, mas quase sempre justificada por lesões, castigos ou poupanças de companheiros. Três jogos completos por opção técnica... nunca! Agora, perante a concorrência de jogadores como Fejsa, Cristante - e ainda Pizzi e Talisca, se pensarmos noutras combinações já testadas -, André Almeida é o eleito, numa mudança de estatuto que Manuel José, a O JOGO, justifica de forma simples: "É jovem, mas experiente e forte mentalmente. Nunca gostei de o ver como lateral, porque lhe faltam algumas coisas, como explosão. Agora, tendo em conta que o Fejsa tem problemas físicos e não é, por isso, tão confiável, Rui Vitória tentou várias soluções e identificou-se mais com o contributo do André Almeida naquela posição 6." Porquê? Aqui, o antigo treinador benfiquista é obrigado a alongar-se. "Rui Vitória acha, e bem, que o André Almeida é quem lhe dá melhores garantias neste momento, tal como nos casos do Nélson Semedo e do Gonçalo Guedes. O André é um jogador no qual o treinador confia para atuar como médio de cobertura, que é, aliás, a posição ideal para ele. Além disso, aparece muitas vezes no apoio ao ataque e isso é importante, porque tanto pode subir à vez com o Samaris como ajudar a transportar jogo e tentar desequilibrar. E tendo cultura tática e agressividade, começa a estar rotinado na posição. Enquanto "tapa-buracos", era difícil ganhar rotinas", remata.