Miguel Braga deixou críticas ao comportamento dos dois clubes no editorial do Jornal Sporting.
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Miguel Braga, porta-voz do Sporting, apontou o dedo ao comportamento de FC Porto e Benfica no editorial que assina em mais uma edição do jornal do clube leonino.
"Apesar dos gestos ofensivos e de toda uma postura agressiva, Sérgio Conceição conseguiu o feito de não ser expulso outra vez. E outra vez porque conta no seu cadastro de treinador com 23 expulsões (13 das quais ao serviço do FC Porto), tendo igualado já esta época o máximo da sua carreira de quatro expulsões numa só temporada − não é fácil. Do lado do clube azul e branco, tentou arranjar-se explicações para o comportamento do treinador, como é apanágio dos dragões, passando a mensagem de que Sérgio Conceição não tem culpas em qualquer cartório, de que é uma vítima de um sistema que, apesar de tudo, o continua a proteger, a si e aos seus, semana após semana", pode ler-se, mencionando igualmente Luís Gonçalves.
"Estamos a falar do mesmo Luís Gonçalves que já protagonizou cenas lamentáveis por esses relvados fora, confrontando atletas, staff, dirigentes, até árbitros. Em 2017 chegou a dizer a um que este iria ter uma carreira curta. No fim dessa época, o árbitro desceu de divisão, mas foi apenas uma coincidência semântica, daquelas que acontecem no nosso futebol. O sempre prestável Francisco J. Marques explicou na altura: 'É preciso perceber se a despromoção do árbitro Tiago Antunes teve interferência do engenheiro Luís Gonçalves, ou seja, se após ter dito aquela frase, [ele] falou com alguém, mexeu algum cordelinho, exerceu algum tipo de influência que causasse a despromoção do árbitro. Ele não fez nada disso, portanto, isto irá, naturalmente, não resultar em nada'. Naturalmente, não resultou", apontou.
O encontro entre Benfica e Braga, por outro lado, foi recordado. "No início desta época, o Benfica deixou o aviso que 'se não nos respeitarem, seguramente não seremos candidatos ao prémio Fair-Play'. Há 15 dias, para garantir a exclusão do prémio recebido no último campeonato, o adjunto de Roger Schmidt, Fernando Ferreira, achou por bem ficar com a bola de jogo, atrasando o reatamento do mesmo para o Braga. Confusão generalizada, com entrada dos stewards em campo como já não se via desde o célebre jogo do Dragão, onde os coletes azuis agrediram jogadores do Sporting. Um modus operandi de intimidação e que não deveria ser permitido nos nossos estádios, mas que, pelos vistos, continua a ser. Até à data, são desconhecidas as medidas do clube encarnado sobre o assunto, sabendo-se apenas que na sua newsletter deram conta de que 'o inferno da Luz esteve ao rubro e foi determinante para a vitória'. Não devia valer tudo para ganhar", escreveu.
Miguel Braga termina referindo que "o futebol português em particular e o desporto em geral precisam de coragem para mudar o estado das coisas. O silêncio absoluto de quem pode e deve fazer alguma coisa, é cada vez mais ensurdecedor."
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