Bruno de Carvalho: da redução da dívida do Sporting aos empréstimos obrigacionistas
Presidente leonino abordou a situação financeira do clube leonino num artigo de opinião redigido no DN.
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O Sporting abateu 16 milhões de euros da dívida bancária na presente temporada, revelou Bruno de Carvalho, num texto publicado esta segunda-feira no DN. O presidente leonino esclareceu a situação financeira do clube, acrescentando que, desde 2013, a dívida bancária do emblema de Alvalade já foi reduzida em 75 milhões de euros.
"O ativo da Sporting SAD ascende a 287 milhões de euros, o que duplica desde 2013, sendo que a valorização real dos ativos dos jogadores não está registada, pois os jogadores da formação estão avaliados em quase zero (facto propositadamente ignorado por todos os pseudo especialistas) pelo que este aumento é ainda mais significativo; O Capital Próprio é positivo em 17 milhões de euros o que compara com o Capital Próprio negativo de 116 milhões de euros em 2013; Em termos de Passivo destaca-se a redução da dívida bancária em 75 milhões de euros desde 2013, 16 milhões dos quais na presente época, o que é uma amortização superior ao que estava previsto no acordo com os Bancos até Junho de 2022; Em termos de resultados, a soma das últimas 4 épocas completas é de 18 milhões de euros quando as anteriores 4 épocas foi negativo em 160 milhões de euros", enaltece o dirigente máximo do Sporting, que explica o empréstimo obrigacionista de 15 milhões de euros, alinhado com o acordo com os bancos de permitir aumentos de dívida desde que, no global, a mesma não aumente:
"A emissão de 15 milhões está alinhada com o acordo com os atuais bancos (NB/BCP) de permitir aumentos de dívida desde que no global a mesma não aumente; a 31 de dezembro de 2017 a dívida bancária reduziu-se 16 milhões já em antecipação a esta possibilidade; A emissão global de 60 milhões visa autorizar os 30 milhões a emitir em Novembro (para reembolsar a linha de 2015) e esta nova operação que poderá ir de 15 a 30 milhões; Face à conjuntura atual do mercado, da regulamentação existente e da interferência de terceiros, o Conselho de Administração considerou mais sensato, após consulta com os intervenientes do processo e especialistas de mercado, e no momento em que teve de tomar a decisão, prorrogar a atual emissão obrigacionista de 30 milhões para Novembro 2018 com a manutenção do pagamento de juros de 6,25% (taxa anual) por mais seis meses. Esta decisão foi bem recolhida pelos vários intervenientes no processo, nomeadamente, os Bancos, a CMVM e os consultores financeiros da operação", explica Bruno de Carvalho, que aborda ainda a "antecipação de receitas" do Benfica e uma operação de financiamento preparada pelo FC Porto.
"Antecipação de receitas do SLB - confirmou uma operação de 100 milhões há dias. Falam em 97,3 milhões a que se adicionarmos juros e comissões ultrapassarão dos 100 milhões. Esta antecipação de créditos "sem recurso" significa que cederam as receitas futuras da NOS a uma entidade financeira que irá ser sempre reembolsada sem possibilidade de renegociação de dívida se a operação futura correr mal. O SLB termina com qualquer ligação forte à banca nacional o que não fará sentido numa perspetiva de ligação aos centros de decisão nacionais (ninguém apoiará a sociedade se alguma coisa falhar no empréstimo obrigacionista)", refere, sobre o Benfica, antes de passar ao rival azul e branco:
"O FC Porto também prepara uma operação de financiamento (esta em princípio com recurso) 'parqueando' também o contrato da Altice numa entidade do Grupo servindo de colateral para um empréstimo que lhe permitirá reestruturar a dívida", remata Bruno de Carvalho.