Sporting não desiste de Esgaio: vontade do jogador, valores e possíveis moedas de troca
Como O JOGO noticiou a 8 de março, Amorim gostava de rever em Alvalade o lateral direito, e ainda Sequeira e Paulinho, mas um negócio dessa dimensão é inviável. O antigo leão é a prioridade... e quer
Corpo do artigo
A preparação do plantel para 2020/21 ganhou novas prioridades com a chegada de Rúben Amorim, devido à mudança de sistema tático, ao aproveitamento dos jogadores do atual plantel que este faz e à promoção bem sucedida de alguns jovens do clube.
Esgaio cresceu no Sporting e mudou-se para Braga em 2017, envolvido no negócio de Battaglia. No Minho, o lateral ficou protegido por cláusula de 20 M€
Uma das prioridades, a posição de central canhoto, já tem negócio em marcha com as conversações adiantadas por Zouhair Feddal (Bétis), mas há outro alvo identificado há muito, desejado pelo técnico, e cujos contactos se iniciaram há meses sem, porém, o negócio ter conhecido grandes desenvolvimentos: o do lateral-direito Ricardo Esgaio, do Braga. Ao que O JOGO apurou, o negócio ficou em stand-by, mas não guardado na gaveta.
O Sporting insiste na tentativa de voltar a ter o lateral nos seus quadros, apesar das dificuldades em chegar a um entendimento com o líder dos minhotos, António Salvador, e os contactos informais com as partes envolvidas prosseguem no máximo secretismo.
A 8 de março, recorde-se, o nosso jornal revelou que Amorim gostaria de voltar a contar, em Alvalade, com um trio que orientou no Braga e que tem total identificação com o seu sistema e ideias de jogo: Esgaio, Sequeira e Paulinho. Deste trio, o primeiro é mesmo a prioridade. Até porque um negócio coletivo seria praticamente impossível, apesar do lateral-esquerdo e do avançado encaixarem no pretendido em Alvalade. Pelo trio, António Salvador chegou a referir que os leões teriam de desembolsar 65 milhões de euros (M€), a soma das respetivas cláusulas de rescisão.
Nesse sentido, a cláusula de Esgaio é de 20 M€, mas a despesa ficaria reduzida para 16 M€ pelo facto de o Sporting deter 20% do passe do jogador, direito estabelecido aquando do acordo de transferência de Battaglia para Alvalade, que envolveu precisamente Esgaio no sentido inverso, em 2017.
Vontade do jogador e trocas como trunfo leonino
Esgaio formou-se em Alvalade e mudou-se para Braga como moeda de troca para reduzir o encargo com a contratação de Battaglia, em 2017. "Cheguei ao Sporting com apenas 12 anos. Entrei um menino, saio um homem. Em mim está a certeza de que, nestes 12 anos de leão ao peito, dei sempre o meu melhor em prol desta grande instituição que é o Sporting", disse o lateral na altura, em 2017, abraçando o seu novo emblema: "Contem com mais um guerreiro".
Agora, anos depois, o regresso do lateral é desejado e de novo com trocas de jogadores como parte do plano para baixar a fasquia, já que António Salvador se mostra irredutível no pagamento da cláusula de rescisão de 20 M€. As elevadas exigências bracarenses não desanimam os leões, que procuram soluções para viabilizar o negócio, tais como os passes de jogadores como Gelson Dala, Ivanildo Fernandes, ou outros que possam interessar aos minhotos. Dessa forma, o Sporting pretende descer o valor a pagar para números aceitáveis e razoáveis.
Esgaio, após boa experiência sob o comando de Rúben Amorim em Braga, vê com bons olhos o reencontro com o técnico numa casa onde lhe ficou uma espinha atravessada por nunca se ter conseguido afirmar. A oportunidade perante a qual se encontra é bem vista e a vontade do jogador é mais um trunfo dos leões para alcançar nas próximas semanas um acordo.
Verbas de Palhinha, Amorim e luta pelo pódio
O negócio da venda de João Palhinha neste verão, já alinhavado com o Wolves por 15 M€, como O JOGO revelou em primeira mão, também "ajudará", pois os bracarenses têm a receber uma parte (15% sobre o valor de uma venda até meio de setembro, além de deterem uma opção de preferência). Mas as relações entre clubes estão tensas, fruto de vários factores. Um deles é o aquecer da luta pelo terceiro lugar e as críticas de ambos às arbitragens, que adensaram o clima. Outro é a mudança de Rúben Amorim para Alvalade, pela cláusula de 10 M€, com valores ainda por saldar. Uma no cravo, outra na ferradura...