Desde a entrada de Amorim, o Sporting deixa sempre percentagens de passe dos jogadores nos clubes vendedores.
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Rúben Amorim chegou ao Sporting em 2020 e, desde aí, a aposta no mercado interno tem sido evidente. Mas também fica claro que os leões têm dificuldade para convencer os emblemas lusos a libertarem a totalidade dos passes.
A estratégia visa minimizar alguns gastos nas operações de transferências, mas condiciona as vendas futuras e a capacidade de encaixe financeiro. Trincão entra nessa lógica.
Assim, o Sporting tem um plantel em percentagens, pois em nove dos jogadores contratados desde 2020/21 o leão não tem a totalidade de uma futura transferência porque os clubes ficaram com partes do passe - já Rochinha e Nuno Santos podem não dar um lucro líquido total porque V. Guimarães e Rio Ave reservaram 10 e 20% de uma mais-valia, mas têm de estar à parte desta tabela.
Em 2020/21, Pedro Gonçalves custou 6,5 M€, ficando o Famalicão com 50% do passe e recusando ceder mais percentagens. Tabata já implicou 5 M€ de investimento, 1 M€ por cada fatia de 10%, e 70% do passe de Paulinho custou 13 M€.
No ano seguinte ao do título, o Sporting não conseguiu convencer o V. Guimarães a ceder mais do que 50% do passe de Edwards (7,7 M€), mas com o Famalicão os leões contornaram o cenário: pagaram 50% de Ugarte (6,5 M€), mas reservaram o direito de, com mais 6 M€, chegarem aos 80%.
Plantel: são nove os atletas adquiridos a partir de 2020/21 que não darão lucro total numa venda
Até aqui, em 2022/23, as compras no mercado interno (Morita e Rochinha), mas também Franco Israel e Vinagre, fizeram-se pela mesma bitola: o Sporting poupa nas contratações, sabendo, porém, que fica sem o potencial máximo em caso de vendas dos ativos.
Trincão está na mesma lógica e o Sporting pagará por 50% do passe do atleta dez milhões de euros, condicionando-se a lucrar mais no futuro para poder ter rendimento desportivo no imediato. O jogador está a ultimar a mudança para Lisboa e deve assinar esta segunda-feira, cinco anos, pelo Sporting.
Também há exceções, como as de Esgaio e Matheus Nunes. O Sporting recuperou 75% do passe do lateral ao Braga, mas reservou 25% quando o transferiu. Matheus Nunes é outro ativo do qual o clube tem a totalidade: pagou 450 mil euros ao Estoril, ainda antes da explosão do médio na equipa principal, e salvaguardou um grande negócio futuro.
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