Entre as equipas que mais rematam na Liga Europa, o Sporting é a que menos erra o alvo. Mais: é a única que visa mais vezes a baliza contrária do que atira pela linha de fundo.
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Em contraciclo com a falta de eficácia denotada e denunciada pelo próprio técnico na análise ao processo de assimilação dos preceitos que Silas quer implementar na equipa, o Sporting encontra na Liga Europa para contrariar essa pecha.
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Se, no último jogo, que os leões perderam em Tondela, doze dos 16 remates feitos saíram desenquadrados, a uma abismal razão de 75% dos tiros transviados, na prova da UEFA não há equipa, entre as mais rematadoras da competição, que tenha maior acerto na pontaria: o Sporting é não só a equipa que menos remates para fora tem como é a única que visa mais as balizas contrárias do que os disparos que tem pela linha de fundo.
"Com este caudal ofensivo, temos de marcar mais golos", queixava-se Silas no final do desaire em Tondela, onde os leões não conseguiram traduzir o ascendente conseguido sobre o adversário - 66,5% de posse de bola, 30 cruzamentos, o máximo desde que o técnico assumiu o comando da equipa, mas apenas quatro de 16 remates enquadrados com a baliza.
Em Tondela, 75% dos 16 remates dos leões foram para fora. Na Liga Europa, a taxa de tiros desenquadrados baixa para 31,8% - os leões acertam no alvo em 43,1% das tentativas
Na Liga Europa, o registo dos leões é antagónico, com benefícios claros para a turma de Alvalade: dos 44 remates efetuados nas três partidas já efetuados, à razão de 14,6 por jogo, o Sporting atirou 19 vezes à baliza, 14 para fora e viu onze das suas tentativas intercetadas pelos adversários. Como se pode constatar pelos dados oficiais da UEFA reproduzidos nesta página, nenhuma das dez equipas que remataram mais do que os leões na prova, até ao momento, tem melhor pontaria do a equipa verde e branca. Aliás, todas elas atiraram mais vezes para fora do que acertaram na baliza, ao contrário dos leões - a exceção é a Roma, que acertou tantas vezes como as que falhou, mas viu ainda mais tiros intercetados.
É certo que acertar na baliza não é sinónimo de eficácia - afinal, o vetor que Silas vê faltar na sua equipa. E disso mesmo é prova o registo de golos na prova da UEFA. O Sporting é apenas o 14.º melhor ataque, com cinco golos nas três rondas já disputadas, a uma média de 1,67 tiros certeiros por partida, bem distantes dos 12 do Arsenal e oito já apontados por AZ Alkmaar, Basileia e Ludogorets, ou sete por Sevilha, Slovan Bratislava ou PSV Eindhoven - adversário direto dos leões no Grupo D. Mas a verdade é que sem acertar na baliza, não se marca. É nessa perspetiva que ganha relevância o registo dos leões na pontaria europeia.
Neste particular, como em tantas outras variáveis na análise ao rendimento da equipa de Alvalade, sobressai o nome de Bruno Fernandes: o dono da camisola oito verde e branca visa as balizas contrárias 4,72 vezes por jogo, com uma taxa de acerto (remates à baliza) de 46,7%. Luiz Phellype tem uma média de 3,38 remates por jogo, metade dos quais acertam no alvo. O capitão tem dois golos na prova, o avançado um.