ENTREVISTA, PARTE II - A história do lateral Rafael Camacho já lá vai e o avançado concentra-se em ajudar o coletivo com o que pode oferecer a nível individual. Contou-nos ainda como Pellegrini o levou, em 2015, a trocar Manchester por Anfield.
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O que é que o míster Keizer vos tem pedido durante esta pré-temporada?
-Pede-nos para interiorizarmos a forma como quer jogar. Temos duas semanas e meia de treino, tem falado connosco, em reuniões, sobretudo sobre a forma como quer jogar.
O "pass and touch" é uma das imagens de marca dele. É algo que o seduz?
-Sim, é um futebol que todos gostamos de jogar; gostamos de ter bola e gostamos de ser nós a comandar o jogo. É o futebol ideal para nós.
E como é que se define o Rafael Camacho como jogador? Já sabemos que não é lateral, que é avançado e que gosta de marcar...
-Diria que sou um jogador rápido, que gosta de ir para cima, que gosta de marcar golos e de criar oportunidades para a minha equipa. Mas o mais importante para mim é ser importante para o coletivo.
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Joga mais à direita, mas esta pré-época já o fez à esquerda. Em que posição do ataque rende mais?
-Sou um jogador que consegue jogar sobre a esquerda, no meio ou na direita - para mim, é igual. Consigo jogar e trabalhar com os dois pés, por isso não faz grande diferença.
Recuando até à sua chegada a Inglaterra, em 2013, para o Manchester City: como é que tudo se processou?
-Foi depois de um torneio internacional. Fiz um bom torneio, os dirigentes do City falaram com o meu pai e apresentaram-lhe uma proposta.
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Em 2015 transfere-se para o Liverpool...
-Estava na Academia do Manchester City, mas o treinador da equipa principal, que era o Manuel Pellegrini, não apostava nos jovens. Decidi, com o meu pai, que seria melhor ir para um clube que realmente apostasse na formação, para ter mais oportunidades. Foi o que aconteceu.
E eis que chega o dia de se estrear oficialmente com a camisola do Liverpool, fazendo parte de um grupo que foi campeão europeu. Aconteceu na Taça de Inglaterra, frente aos Wolves. O que lhe disse Klopp antes de entrar?
-Já me tinha dito, no início da semana, que eu ia começar esse jogo de início; e disse-me que achava que eu estava pronto, que merecia; disse-me, sobretudo, para ir com calma, para jogar normalmente.
É o seu pai no futebol...
-Exato. Foi o Jurgen [Klopp] quem me lançou para o mundo do futebol profissional. Estou-lhe muito grato por isso. Será um treinador que me marcará para sempre, por ter sido quem me lançou.
Coxa dorida desviou-o dos states
O reencontro com Jurgen Klopp, afinal, não se vai realizar nesta pré-época. Uma lesão muscular contraída na coxa direita, dia 15, no regresso à Academia após o estágio realizado pelo Sporting na Suíça, acabou por afastar Rafael Camacho da viagem que os leões fizeram ontem rumo a Nova Iorque. O camisola 7 dos leões ficou em terra, entregue ao departamento médico chefiado por João Pedro Araújo, à semelhança dos laterais-direitos Rosier e Ristovski. Os três já haviam falhado o particular com o Club Brugge, em Bruges, na sexta-feira passada e procuram ultimar a recuperação das respetivas lesões a tempo não só de estarem disponíveis na apresentação aos sócios, no jogo que define o Troféu Cinco Violinos, que o Sporting realiza a partir das 19h00 de dia 28, um domingo, com o Valência, mas sobretudo para o arranque oficial da época 2019/20, frente ao Benfica, a 4 de agosto, no Estádio do Algarve, no encontro relativo à Supertaça. O reencontro com o Liverpool e com Klopp fica, para já, adiado. Outras oportunidades haverá para Rafael Camacho rever os "seus" red devils no futuro.
Notas do 7
Os jogadores que mais impressionam
"Penso que toda a gente, dentro e fora do campo. Toda a gente se esforça, trabalha no duro, e isso é o mais importante. Quando assim é, fica tudo mais fácil."
Equilíbrio entre os jovens e os graúdos
"Os jovens que sobem agora para a primeira equipa não têm tanta experiência como têm o Bruno, o Mathieu ou o Bas Dost... Ao longo do tempo, e com a ajuda deles, dos mais experientes, vamos ganhar mais experiência. Vamos ajudar na equipa naquilo que conseguirmos."
E o leão, onde o vê no final desta época?
"Queremos fazer uma grande época, mas já disse: vamos pensar jogo a jogo."
Aos 18 anos, conviveu com os campeões
"Tive a sorte de fazer parte desse grupo do Liverpool campeão europeu, de treinar com o plantel principal todos os dias durante os dois últimos anos. Foi fantástico. Este último ano foi uma oportunidade incrível e aprendi imenso."
Onde estava na final contra o Tottenham?
"Estive sempre com a equipa. Na final, estava exatamente atrás do banco de suplentes. Foi um espetáculo, as deslocações... tudo!"
Ia poder revê-los em Nova Iorque...
"Vou lá trabalhar [ficou na Academia, lesionado], sou jogador do Sporting e quero dar o meu melhor. Será um bom momento, mas o meu pensamento está em ajudar a equipa a vencer."
E o basquetebol que quase o desviava
"Comecei a fazer desporto aos 3 anos e sempre joguei basquetebol. Ainda hoje jogo e acompanho a NBA. Jogava futebol e depois ia fazer basquetebol, isto até aos 6 anos. Mas felizmente que deixei o basquetebol e me dediquei ao futebol."