"Somos pequeninos, mas trabalhadores", diz Hugo Oliveira após derrota com o Braga

Hugo Oliveira
LUSA
Declarações à Sport TV de Hugo Oliveira, treinador do Famalicão, após a derrota por 2-1 na receção ao Braga, este sábado, em jogo da 13.ª ronda da I Liga
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Viu-se o Famalicão neste jogo: "Viu-se, mas podia ter-se visto mais. Fomos competitivos, com uma primeira parte equilibrada, em que até entrámos melhor e podíamos ter feito golo. Depois sofremos e na segunda parte tivemos um momento com alguma dinâmica e mobilidade do Braga que nos fez tomar decisões que criaram dificuldades e essas dúvidas defensivas deram-nos algum medo, que não devia ter dado. Quem não defende bem não pode atacar bem, passámos um momento não tão bom e o adversário marca nesse momento. Esse golo libertou-nos, no sentido de que voltámos a ter a coragem de ir à procura de qualquer coisa, com caminhos de mais emoção do que devia ter sido. Com mais discernimento, podíamos ter tomado melhores decisões, tivemos situações para empatar, mas não levamos nada deste jogo e estes jogos contra estas equipas boas, com mobilidade no ataque, têm de fazer crescer esta equipa e este treinador para interpretar estruturas com dinâmicas diferentes, impedir o adversário de criar e criarmos nós."
O Famalicão foi subjugado muito tempo pelo Braga, até os adeptos estranharam: "Por isso disse que tivemos aquele período de há volta de 25 minutos em que traímos um pouco a nossa personalidade de abordar o jogo de forma agressiva, não no sentido de bater, mas de dividir os lances no timing adequado, com boa interpretação defensiva, e depois ter a paz para encontrar caminhos. Tivemos um período em que há que dar mérito ao adversário, que nos criou problemas e nós com problemas de interpretação. Há jovens que têm de crescer, de se libertar e de aprender. Costumo dizer que se aprende vivendo experiências e disse o mesmo nos jogos com o FC Porto, Sporting e Braga. São grandes equipas, mas hoje se fôssemos extremamente clínicos, poderíamos ter saído com o empate. Tivemos a primeira oportunidade e não sei se quer falar da arbitragem ou se isso é só com os 'grandes'. Eu não vou falar de arbitragem, mas gostava que me tivesse perguntado, porque aos 'grandes' fazem essa pergunta. Somos pequeninos, mas trabalhadores. O Braga foi um justo vencedor e se fôssemos clínicos, podíamos ter feito mais golos, o adversário também, esteve mais tempo por cima e nós temos de crescer para interpretar estas dinâmicas e fluidez".
Estranha o Famalicão ainda não ter penáltis a seu favor? "Não estranho nem me preocupa. Fico feliz é de sermos a primeira equipa ou estarmos no top-3 de equipas [da I Liga] com mais toques na área adversária. Os árbitros não têm de apitar quando não é falta, têm é de apitar quando é, eu respeito muito o trabalho dos árbitros e tenho pena de não trabalharmos todos para um ambiente mais positivo para todos. Este tem de ser um grande momento de aprendizagem para o Famalicão, nós aprendemos rápido, estamos a crescer e é mais um jogo em que aprendemos para sermos mais fortes para a semana. Fico satisfeito de os adeptos não estarem habituados aos problemas que o Braga nos criou em 25 minutos. Hoje o Braga teve um grande período em que foi melhor que nós, temos de o admitir e aprender com isso, mas isso não invalida que, se fôssemos clínicos, podíamos ter feito mais golos e esta situação final do Zabiri podia ter-nos dado um ponto".

