ENTREVISTA (Parte 2) - Elementos da lista são "sócios de bancada" e querem ser a voz do adepto no CS, cujo papel não veem a ser cumprido. "No limite, podemos pensar que os estatutos não têm sido respeitados", afirmam.
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Candidatos ao CS consideram que a independência lhes dará maior eficácia no desempenho das respetivas funções.
O debate tem-se centrado nas eleições para a Direção. O CS tem sido esquecido?
-MBC: As eleições para a Direção são as mais importantes. Mas queremos passar que o CS é um órgão importante para o clube, que tem a capacidade de provocar inovação e melhoria. Penso que, temos conseguido que o CS seja visto pelos sócios como um órgão capaz de ajudar as direções a fazer do FC Porto o que é: o melhor clube português.
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O que vos distingue das outras listas?
-LF: Sem querer ser deselegante, porque temos respeito por todas as pessoas, se fizer uma procura pela expressão "Conselho Superior" nos programas eleitorais disponibilizados até à data, não encontra. A diferença fica evidente. O que queremos trazer para a discussão eleitoral é que o CS vai muito além do nome das pessoas que fazem parte dele. E é cristalino. Basta ir ao artigo 70.º dos estatutos, onde é mencionada a necessidade ou recomendação que o CS seja ouvido nos assuntos de magno interesse do clube. E isso não tem de todo acontecido. No limite, podemos pensar que os estatutos não têm sido respeitados nesse aspeto.
-AO: Nós propomo-nos a representar e a ser a voz dos adeptos. As outras candidaturas propõem-se a liderar o clube nos seus órgãos dirigentes, com uma figura principal . Nós não temos uma. Somos um grupo de pessoas, que está mais próximo da base da nação portista do que eles, que se propõem a liderá-la, e temos tentado não desvirtuar esse conceito.
-LF: Isto é uma candidatura de sócios de bancada. Por isso, pareceu-nos que o CS seria o órgão que melhor refletia o sócio anónimo.
A lista de Pinto da Costa para o CS inclui vários nomes conhecidos, como Rui Moreira. Isso é uma desvantagem para vocês?
-MBC: Que são tão portistas quanto nós, não temos dúvidas nenhumas. As pessoas da Lista A têm uma relevância pública grande, as que lideram as listas B e C também são notáveis, mas o que nos caracteriza é o nosso projeto. Hoje, o único projeto ao CS é o nosso. Permita-me a falta de modéstia, mas também temos pessoas notáveis, todas com grande relevo profissionalmente. Mas não é isso que está em causa. O mais relevante em qualquer projeto é que se apresenta ideias, metas e pessoas dispostas a trabalhar. Se conseguirmos mobilizar connosco os membros que serão eleitos das outras listas, ficaremos muito contentes. Estamos convencidos de que a nossa independência vai permitir que sejamos mais eficazes no desempenho das funções. Enquanto a Direção tem de resolver as questões do dia a dia. Haver alguém que seja capaz de pensar a longo prazo é impagável. O clube não tem que pagar fora o que tem dentro. Vamos fazer esse trabalho com todo a a vontade e amor.
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"DIREÇÃO PEDE UM PROJETO FINANCEIRO"
Manifesto divulgado pela Lista D tem propostas que podiam ser confundidas com uma candidatura à Direção, mas o trio julga que era preciso mais para avançar.
Por que razão não avançaram com uma lista para a Direção?
-MBC: Não há portista que não queira ser presidente do FC Porto, mas é preciso ter um projeto preparado antes, não é depois. Não é: vou ser eleito e depois arranjo aí um projeto, um diretor ou um financiamento. O projeto que tínhamos preparado era para o CS e o grupo de pessoas que se juntou é capaz de ser útil. Neste momento, não temos projeto financeiro que nos permita avançar para outro órgão.
Lista D diz-se independente para, logo após as eleições, estar no CS a forçar a consideração das propostas que faz
Apesar de tudo, o vosso manifesto é semelhante ao dos candidatos à Direção...
-MBC: Fico feliz, porque é sinal que, quem vier a ser eleito, poderá acolher as propostas que julgamos ser importantes. Sermos independentes dá-nos total liberdade para, no dia seguinte às eleições, estarmos no CS, esperamos que em grande número, a forçar a consideração das propostas. Não estamos dependentes de qualquer projeto de Direção; estamos dependentes do projeto do FC Porto. O que o clube precisa é de gente que se comprometa a fazer coisas.
-LF: Propomo-nos a ser uma fonte geradora de ideias para quem tem a capacidade de decisão e estamos disponíveis para discutir as propostas que emanarem.