
Benfica perdeu em casa com o Gil Vicente na jornada anterior
AFP
Encarnados passaram por momentos de crise em seis de sete temporadas desde 2015/16, mesmo com três títulos de campeão no percurso e com várias saídas de treinadores.
A 12 pontos do líder FC Porto e a seis do Sporting, e já com a Taça de Portugal e a Taça da Liga perdidas, o Benfica vive um momento de crise numa época verdadeiramente atribulada.
Do início em grande, com a qualificação para a Champions e as sete vitórias seguidas na Liga, as águias passaram para o terceiro lugar, ainda com Jorge Jesus, que já deixou a Luz - após um dezembro tumultuoso e com a revolta de Pizzi e restante plantel pelo meio -, dando lugar a Nélson Veríssimo, também ele já contestado após o Gil Vicente.
Tudo com críticas também a Rui Costa, eleito presidente em outubro, que exigiu uma reação ao plantel. Será esta uma situação nova nos últimos anos, mesmo com vários troféus ganhos? Decididamente, não.
Os sobressaltos na Luz têm sido constantes nos últimos sete anos, à exceção de 2016/17, em que as águias venceram a Liga (isolaram-se à 5.ª jornada), a Taça e chegaram aos "oitavos" da Champions.
O ano de abertura de Rui Vitória no Benfica ficou marcado pelo arranque em falso. Além de perder a Supertaça para o Sporting de Jesus, atrasou-se consideravelmente na Liga após o desaire em casa com os leões à... 8.ª jornada. Luís Filipe Vieira segurou Rui Vitória e no fim festejou, pois as águias venceram mesmo a Liga, seguindo para um ano seguinte tranquilo. Em 2016/17, conquistaram o tetra, venceram a Taça e chegaram aos "oitavos" da Champions.
Foi precisamente a dimensão europeia que ditou a contestação a Rui Vitória em 2017/18. Sob críticas desde setembro, viu-se na mira dos adeptos após as seis derrotas na fase de grupos da prova milionária - no último jogo não faltaram assobios e lenços brancos. Falhado o penta, o Benfica "salvou" o segundo lugar na última jornada, fruto do percalço do Sporting na 34.ª jornada com o Marítimo.
Periclitante, Rui Vitória arrancou bem 2018/19, mas uma série negativa entre outubro e novembro, culminada com a goleada por 5-1 sofrida ante o Bayern colocou o treinador com um pé e meio fora do clube. Explicando ter visto uma "luz", Vieira segurou-o, mas a derrota a abrir 2019 com o Portimonense ditou a troca por Bruno Lage. Os sete pontos à 15.ª jornada não foram entrave para uma recuperação histórica e a conquista do título.
Em 2019/20, as águias fizeram uma primeira volta de sonho, com 16 vitórias em 17 jogos, mas foram perdendo gás até março, altura em que a pandemia "fechou" o futebol e o Mundo. A bola voltou a rolar em junho, mas o Benfica travou. Um empate caseiro com o Tondela levou até ao apedrejamento do autocarro da equipa, que não mais se reencontrou. Lage saiu a 29 de junho e Luís Filipe Vieira, também ele contestado pela oposição e por adeptos, chegou a admitir a saída. Ficou e para a época seguinte contratou Jorge Jesus - vencendo também as eleições, mesmo com a contestação a crescer. Nem todos esqueceram a ida do técnico para o Sporting e apesar do elevado investimento o Benfica, após um bom início na Liga, apesar da queda na eliminatória da Champions, foi perdendo gás e à 20.ª jornada estava já a 15 pontos do líder FC Porto, após um mau início de 2021, com a equipa afetada também por casos de covid-19. Jesus ficou até ao final da época, mas sob a mira dos adeptos, saindo pela segunda vez agora sem ganhar títulos.

