Aprovação das contas do clube em AG com reflexos em negociações importantes com parceiros nos próximos meses.
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Os sócios do Sporting deram um voto de confiança à Direção presidida por Frederico Varandas na Assembleia Geral de sábado para aprovar os relatórios de gestão e contas do clube de 2019/20 e de 2020/21.
E se um novo chumbo não teria efeito direto para o clube, a aprovação dos dois documentos era fundamental para a gestão da SAD , conforme explica, a O JOGO, o ex-presidente leonino Filipe Soares Franco.
A sociedade leonina pretende encetar negociações com entidades financeiras para a emissão de um empréstimo obrigacionista de até 50 milhões de euros como fonte de financiamento (foi aprovado no dia 6, em AG de acionistas) e há meses que negoceia o Acordo-Quadro de Reestruturação Financeira, para reduzir as percentagens a pagar aos bancos por transferências, entre outros aspetos em causa. E um clima de paz no clube, pelo menos nos próximos meses até às eleições ainda por marcar (serão em março ou abril), facilita essas conversas com os parceiros da SAD: "Uma votação de 84 por cento a favor é uma grande vitória. Já não há hipóteses de contestação ou de mais requerimentos até às eleições.
Com as contas consolidadas, o clube tem a vida financeira retratada e transparente, o que dá confiança aos obrigacionistas para subscreverem o próximo empréstimo. Ter uma vida estável internamente é importante. Esta votação é muito valiosa para as negociações da SAD nos próximos tempos. Se não houver essa estabilidade, prejudica quem quer investir. Esta vitória é mais valiosa para a SAD, claramente."
A governança do clube fica facilitada, mas apenas temporariamente. O clima de contestação que se tem verificado (a denominada "minoria de bloqueio") foi ultrapassado com a votação de mais de sete mil sócios, mas este triunfo será certamente, apenas, uma trégua até à campanha eleitoral, onde a crispação deverá ressurgir.
"A partir daqui, com esta vitória, acho que não há hipóteses para mais contestação. Que se apresentem a eleições. Mas até lá, e o período é curto, de uns meses, não vale a pena mais requerimentos e contestação. Esta votação é demonstrativa de que não vale a pena contestar", afirma Soares Franco, com esperança numa paz duradoura.