Oleg demorou a encontrar espaço entre o onze do Paços de Ferreira, mas virou indiscutível antes de a pandemia suspender o futebol. Recorda também a aprendizagem no FC Porto.
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O percurso desta temporada de Oleg é um daqueles trajetos palmilhados a pulso. Para começar, o lateral-esquerdo luso-moldavo não começou a época com o onze de mão beijada. Longe disso. Se 2019/20 arrancou oficialmente em agosto, Oleg só foi titular pela primeira vez em outubro, mas nunca desistiu e enfrenta a paragem forçada pelo coronavírus com um saldo de oito jogos como totalista nas nove jornadas anteriores.
Dizem que o ex-FC Porto B é um "animal de treino" e Oleg sorri quando questionado se isso teve influência no sucesso pessoal recente. "Já sabia que o que me esperava não ia ser nada fácil. É o meu primeiro ano na Liga, o Paços de Ferreira subiu esta época, além de que comecei mais tarde a pré-temporada e tive uma ou outra lesão, mas nunca facilitei nos treinos e fui entrando em alguns jogos, algo que me deixou sempre ativo", reconhece o lateral de 22 anos. Pelo meio, o canhoto foi procurando o treinador Pepa para saber onde poderia melhorar, de forma a ter a tão desejada regularidade. "O míster põe-nos sempre à vontade para falarmos com ele. Não precisei propriamente de ir ao gabinete e sentar-me numa secretária, fui tendo algumas conversas informais no final dos treinos e ele ajudou-me a evoluir", conta.
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Oleg rescindiu com o FC Porto no verão passado e a decisão não foi difícil, já que do outro lado da balança estava a ambição de dar um passo em frente na carreira. "Eu sabia que se continuasse, não iria ficar na equipa principal. Queria algo mais", explica. Ao bom momento individual, Oleg junta-lhe a retoma coletiva de um Paços de Ferreira que fez seis pontos em nove possíveis antes de a pandemia suspender o desporto. Diz a classificação que os pacenses respiram melhor na tabela, com seis pontos de vantagem face à linha de água, mas o canhoto não quer ninguém distraído. "Todos estamos a pensar na permanência o mais rápido possível", sublinha, admitindo que a paragem forçada travou o ímpeto dos castores. "Esta interrupção, pelos motivos inerentes, nunca poderia ser em boa altura, quer estivéssemos bem ou mal, mas está claro que estávamos num bom momento", atesta o lateral por entre mais um treino domiciliário.
Com o FC Porto no coração e orgulhoso de Diogo Leite
Oleg Reabciuk nasceu na Moldávia, veio para Portugal com quatro anos, começou no futebol no Núcleo Sportinguista de Rio Maior e em 2010/11 saltou para o Sporting, onde ficou meio ano. "Nos iniciados, não fui escolhido para ficar na Academia", lembra. Voltou então ao ponto de partida, transferiu-se para o Belenenses em 2015 e em 2016 foi para os sub-19 do FC Porto. "Só tinha um ano para mostrar o que valia e dei a vida." Ficou "adepto" do clube e amigo de "Rui Pires, Moreto Cassamá, Diogo Queirós, Madi Queta, Diogo Leite..." Sobre este último, diz ser um "orgulho" vê-lo na equipa principal.