Slimani puxa pelo melhor Paulinho no campeonato: "A concorrência é positiva para ele"
Os 11 golos do ponta de lança na Liga Bwin são recorde pessoal até esta data. A concorrência do argelino foi benéfica para o camisola 21, que em Guimarães marcou um golão
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Com um total de 11 golos e quatro assistências, Paulinho está na sua época mais produtiva de sempre no campeonato português. Sofreu ainda duas grandes penalidades, convertidas com sucesso por colegas. Até agora, o seu melhor registo na Liga até esta altura (22 de março) tinha sido de 10 golos, o que acontecera nas temporadas de 2017/18 e de 2019/20.
Quanto a participação direta em golos, o recorde era de 14, contra os 17 atuais, somando os golos, as assistências e os penáltis sofridos.
Ao serviço do Gil Vicente, na época de 2016/17, o avançado tinha conseguido um total de 13 golos até esta data, mas a equipa de Barcelos estava nessa altura a competir no segundo escalão. O treinador era Álvaro Magalhães, que falou com O JOGO em relação à evolução do ponta de lança que brilhou no sábado com um grande golo de letra frente ao V. Guimarães.
"Ele já tinha feito grandes golos, mas este foi "top", de grande nível técnico e inteligência. O cruzamento também foi ótimo, com força. Ele teve que pensar o que tinha de fazer à bola e a decisão foi de génio", comentou, lembrando que Paulinho também fizera "golos muito bons no Gil Vicente", especialmente "de fora da área".
Ponto que, no entender do treinador, ajudou Paulinho a crescer, foi a intensificação da concorrência gerada com a chegada de Slimani. "A concorrência é positiva para ele, e isso viu-se neste jogo, porque depois do Slimani sair ele fez uma segunda parte do outro mundo", comentou, considerando que a equipa ganhou com a fórmula "do costume", com um de trio de ataque com o camisola 21 ladeado por Pote e Sarabia: "Após o Pote entrar, a intensidade e o posicionamento dos jogadores foi diferente, para melhor. A equipa começou a jogar melhor."
Quanto às ocasiões desperdiçadas, Álvaro lembra que já no tempo do Gil ele era assim: "Falhava golos fáceis, mas também dava muitos a marcar, tal como agora. Trabalha muito para a equipa, o que o cansa e por vezes rouba-lhe o discernimento na hora de finalizar. E por vezes quer ser tão perfeito na finalização que acaba por falhar. São fases de um avançado. Por vezes a bola teima em não entrar, mas depois pode entrar numa fase em que a bola bate no joelho e entra na baliza."
Álvaro Magalhães insistiu nele a nove
Paulinho jogava a ponta de lança no Trofense quando o treinador Álvaro Magalhães (então na Naval) reparou nele pela primeira vez. Estávamos em dezembro de 2012, quatro anos antes de ambos se voltarem a cruzar, mas já no mesmo grupo de trabalho, ao serviço do Gil Vicente.
"Quando cheguei ao Gil, ele estava a jogar como médio organizador e eu estranhei, pelas características dele e porque já o conhecia do Trofense, a jogar como ponta de lança", começa por explicar Álvaro Magalhães, lembrando a desavença que chegou a ter o presidente dos gilistas, António Fiusa.
"O presidente dizia que não era ponta de lança, mas ele andava apagado, porque estava a jogar fora da posição natural dele. Eu explicava que era nessa posição que ia colocá-lo. Isto já na quarta época dele no Gil, que era a minha primeira. E foi nessa posição que ele trabalhou muitíssimo bem e acabou por fazer 19 ou 20 golos nessa época. Fez uma segunda volta fantástica, a ponto do Fiusa vir ter comigo para me dar os parabéns, reconhecendo que ele era realmente ponta de lança", conta Álvaro, expressando que, desde então, "o Paulinho teve uma grande evolução na posição".