Situação da Académica deve-se a um "conjunto de fatores", diz presidente da MAG
Maló de Abreu, face à classificação aflitiva no campeonato, admitiu, em jeito de justificação, que o estado financeiro do clube "arrasta-se há muito tempo". Apelo à "união" foi feito
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O presidente da mesa da Assembleia Geral (AG) da Académica disse, este sábado, que não tem uma explicação "única e lógica" para a atual situação desportiva do clube, atualmente na iminência de ser despromovido à Liga 3.
"Com toda a franqueza, pessoalmente não encontro explicação. Pensava que esta época, depois da última em que estivemos a lutar até ao fim [pela subida à I Liga], seria possível, exatamente ao contrário do que aconteceu, a Académica estar a disputar eventualmente a subida", referiu Maló de Abreu.
Em conferência imprensa, marcada para anunciar as eleições dos corpos sociais para 15 de maio, o dirigente disse que "não há uma explicação única" e que será "um conjunto de fatores" responsável pela atual situação da Briosa, que ocupa a última posição da Liga SABSEG, a seis jornadas do final.
O presidente da mesa da AG da Académica salientou que é preciso "reerguer o clube e que só é derrotado quem não se levanta" e disse esperar um sobressalto cívico no próximo ato eleitoral.
Reconhecendo que a situação económica e financeira é "uma questão muito importante, que se arrasta há muito tempo", Maló de Abreu frisou que a Académica precisa de meios e que "vai encontrar forças e apoios, [necessários] agora mais do que nunca".
"Para trabalhar no futuro são preciso meios e a dívida é sempre confrangedora e dificulta o trabalho, mas tem de se encontrar outros meios", reiterou o dirigente, salientando que mesmo que o clube não desça de divisão a situação "é difícil".
A Académica "não se reergue sozinha e precisa que os sócios todos se mobilizem", referiu. "Ou os sócios todos se mobilizam e querem que a Académica se reerga e vamos trabalhar a sério para reerguê-la e há uma grande disponibilidade da nossa parte para ajudar a levantar o clube do chão ou então não é possível", sublinhou Maló de Abreu.
Para o dirigente, que anunciou não se recandidatar a nenhum cargo, "haverá gente na Académica que não deixará que isso aconteça", e espera "que haja o tal sobressalto cívico e sejam os sócios todos a ajudar".
"A Académica precisa de estar unida o mais possível, pois só assim teremos a força necessária para a reerguer", disse o dirigente, que ainda acredita na possibilidade de o clube se manter na II Liga, apesar da delicada situação.
Considerando que as próximas eleições são o "grande momento" para definir o futuro, Maló de Abreu manifestou o desejo de que haja a maior participação possível dos sócios e uma direção "com ambição e que possa recolocar a Académica no sítio que merece".
"Desejamos uma Académica de primeira, com ambição, que seja uma bandeira da cidade, da região e dos antigos estudantes, pelo que esperamos que estas eleições possam ser o 'golpe de asa' necessário para que se possa reerguer", enfatizou.
As eleições para a Associação Académica de Coimbra-Organismo Autónomo de Futebol realizam-se no dia 15 de maio, de acordo com a decisão da mesa da Assembleia Geral, que escolheu o primeiro dia previsto nos estatutos.
As candidaturas devem dar entrada na secretaria do clube até às 20 horras do dia 30 de abril. A votação decorre num domingo, no mesmo dia em que a Académica recebe o Farense, na última jornada da II Liga de futebol, quando a descida de divisão é praticamente certa.
Os estudantes ocupam a última posição da tabela classificativa, com 15 pontos em 28 jogos, a 11 do antepenúltimo posto, que dá acesso ao play-off de manutenção.