José Vala conseguiu levar a equipa à permanência e contou a O JOGO todas as dificuldades com que se debateram. Há nove épocas no Caldas, o treinador, 53 anos, gostaria de ter alcançado o objetivo com uma vitória na receção ao União de Santarém. Sente que já foi mais querido pelos adeptos, mas não descarta renovar.
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O Caldas confirmou a presença na próxima edição da Liga 3, apesar da derrota na receção ao U. Santarém (1-0), na jornada passada. José Vala, que está no comando do clube há nove épocas seguidas, gostaria de ter brindado os adeptos com outra exibição, mas assume que o mais importante foi garantir o objetivo.
“Esta foi a temporada mais difícil das quatro na Liga 3. Já sabíamos que seria complicado, com a entrada da nova Direção e alguns ajustes no orçamento, que não era grande e passou a ser inferior. Tínhamos alguns jogadores identificados, imprescindíveis no Caldas, e ficámos sem um deles logo no início [Leandro Borges]. O João Rodrigues, à quarta ou quinta jornada, teve uma rotura num ligamento e perdemo-lo para o resto da época”, recorda o treinador em conversa com O JOGO, que ainda assim arranjou soluções.
“Conseguimos alguns resultados positivos, mas não havia consistência. Foi um ano um bocadinho abaixo dos anteriores em qualidade de jogo. Conseguir a permanência a duas jornadas do fim acaba por ser um contrassenso, pois foi a época em que mais cedo atingimos o objetivo”, explicou, assumindo que já teve melhores dias no clube.
“Sinto que já fui um treinador mais querido por todos e neste jogo houve alguma insatisfação no final, porque se tivéssemos ganho seria diferente. Já são nove anos aqui e há uma maioria que acha que não devo continuar, mas esta permanência teve um sabor especial, pelas dificuldades”, analisou, lembrando que nos últimos dois anos “a equipa até esteve perto de disputar a fase de subida”.
Sobre a possibilidade de ser convidado a continuar, Vala diz que, “mais do que renovar”, já teve “duas conversas” com o presidente “sobre a minha ideia para fazermos algo diferente”: “Continuamos a treinar às 19 horas e começa a ser mais difícil atingir os objetivos com esta estrutura e condições. Ainda faltam dois jogos, é o momento certo para falar do clube e não da minha continuidade.” Sentindo-se “bem” onde está, o técnico não esconde que tem “a mesma ambição que outros treinadores”, acrescentando que “se aparecerem projetos diferentes, quer monetariamente, quer em termos de projeção e satisfação, também olharei para eles com bons olhos”.
“Seria um caso de estudo se o Caldas conseguisse a subida de divisão”, prossegue quando confrontado com essa possibilidade. “Somos a antítese de uma equipa que ambiciona projetos profissionais. Enquanto não nos estruturarmos de maneira diferente, estaremos longe disso.”