Jorge Simão vê o Boavista com capacidade para travar o FC Porto no Dragão, mas assume que um empate já seria positivo para os axadrezados.
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Derrota do FC Porto em Paços: "Acho que a forma como olho para este jogo tem a ver com aquilo que podemos vir a fazer. Não com aquilo que tem sido o resultado mais recente do FC Porto, nem com o que o resultado possa ter causado naquela casa. Preocupamo-nos com o que podemos fazer no nosso jogo e com a performance dos nossos jogadores. É essa a nossa preocupação".
Estratégia para o Dragão: "Eu gostava de jogar de peito aberto no Dragão, mas não está só dependente de nós. Também está dependente do FC Porto e da força. O FC Porto só não fez golos a uma equipa, ao Tondela só fez um e todos os outros sofreram muitos. Vamos ter que fazer golos ou um golo. Não acreditando que a estatística nos trace cenários reais, traça-nos sim a tendência. O Boavista só conseguiu vencer duas vezes naquele estádio. Nesta época, tiveram apenas um 0-0 com o Benfica. Todos os outros sofreram muitos golos lá. São factos e espero um desempenho de acordo com aquilo que foi a nossa preparação. Não é este resultado que vai fazer com que o FC Porto adote outro tipo de comportamentos. Ponto um: vamos ter de fazer golos e é isso".
Empate como bom resultado? "Por princípio, antes do jogo, não consigo admitir que o empate me satisfaz. Mas seria louco se dissesse que um empate no Dragão não é um bom resultado. Por princípio, vamos disputar o jogo e tentar ganhá-lo".
Mau registo do Boavista fora de casa: "O que estou a tentar responder é que é uma questão que tem de ser desvalorizada. Se olharmos para as derrotas nas últimas quatro deslocações, se olharmos para esses jogos, um foi mau, nas Aves e os outros têm a sua história".
Peso do dérbi da Invicta: "Acredito para quem está do lado de fora sinta muito mais a envolvência. Para nós, profissionais, é prepará-lo, independentemente da classificação do nosso adversário no momento. Quais as características dos jogadores, que tipo de ambiente vamos apanhar no estádio... É uma semana que, por via de tudo isto, por ser um dérbi, acho que faz com que tenhamos a nossa capacidade de manter o foco na tarefa um pouco mais apurada, no sentido de estarmos mais vivos, mais sensíveis a todas as informações, ao que se vai passando à nossa volta. Acho que isso acontece. É a nossa reserva adicional que só é despertada quando o contexto é esse".
Diferença entre as equipas grandes e as outras: "Enquanto treinador profissional, a minha função é ajudar e contribuir para as vitórias. Depois há uma outra faceta da profissão, que tem a ver com a perceção de tudo o que é o fenómeno, as tendências dele. Se separarmos ramos na função de treinador, uma é ajudar a equipa a ganhar, a outra é ter a capacidade de análise, de ajudar a contribuir para que o fenómeno se desenvolva. Acompanho essa questão e subscrevo. Por mais voltas que se tente dar, a tabela classificativa é o reflexo da tabela dos orçamentos. Equipas com maior poder financeiro vão estar sempre à frente das outras. O fenómeno tem tudo a ver com isto. Temos quatro equipas separadas das outras e vamos ver como é que vai acabar no final do campeonato".
Queixas dos grandes sobre a arbitragem: "Nem há comentário possível a fazer sobre essa questão. É um contexto de grande adversidade. É isto que nos faz evoluir. Preferia jogar contra equipas destas todas as semanas. Acho que os jogadores também, é isto que nos faz evoluir".
Sobre a ausência de Carraça, por castigo: "É uma oportunidade, estou ansioso para ver o desempenho de outro jogador para amanhã [sábado]".