Médio atinge, com o Sporting, as três centenas de jogos na carreira. Da estreia com o Sertanense ao estrelato.
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O clássico com o Sporting tem tudo para ser especial para Sérgio Oliveira. O médio vai atingir, na partida de sábado, uma marca redonda na sua carreira: 300 jogos ao mais alto nível, entre clubes e Seleção Nacional.
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No Dragão desde os 11 anos e no lote dos atuais capitães de equipa, Oliveira teve passagens por outros clubes e só durante dois anos (quando representou o Paços de Ferreira) é que quebrou a ligação quase umbilical com os portistas. "Resgatado" por Sérgio Conceição, com quem trabalhou alguns meses no Nantes, o número 27 do FC Porto foi subindo de produção e de estatuto, tendo sido fundamental na conquista dos dois últimos títulos nacionais. Esta época, assumiu-se de vez como o patrão do meio-campo e até à última jornada partilhava com Taremi o estatuto de melhor marcador da equipa.
Tudo começou a 17 de outubro de 2009 quando um miúdo da formação do FC Porto foi chamado à titularidade por Jesualdo Ferreira. A partida era da Taça de Portugal, perante o modesto Sertanense, mas ficou para a história: Sérgio Oliveira tornava-se, na altura, o mais jovem jogador a estrear-se no onze com a camisola da equipa principal, batendo um registo que era de Fernando Gomes e que entretanto foi superado por Fábio Silva. Deu nas vistas, fez os 90 minutos, mostrou visão de jogo, qualidade de passe e técnica individual e ainda acrescentou a assistência para Hulk fazer o 4-0. Um mês depois, assinava o primeiro contrato profissional e ficava com uma cláusula de rescisão de 30 milhões de euros. Uma "etiqueta" que o perseguiu nos anos seguintes, mas, que olhando para o rendimento atual, dá a ideia de pecar por defeito.
Mariano González "apadrinhou" a primeira vez de Sérgio no onze portista e recorda um miúdo de 17 anos "já muito maduro" e que se transformou num símbolo dos portistas
"Recordo-me bem do Sérgio, sempre foi um miúdo educado, respeitador, mas já era muito maduro. Essas qualidades ele conseguia transmitir no campo. Dentro dele não parecia um miúdo", conta-nos, desde a Argentina, Mariano González, um dos "padrinhos" na estreia de Oliveira. "Vinha sempre treinar com a equipa principal e dava nas vistas", acrescenta.
Mais de 11 anos depois, Sérgio Oliveira deixou ser uma promessa para ser uma certeza do FC Porto. "Não sei o que ainda tem de melhorar, essa é uma questão que ele mesmo deve definir ou o seu treinador. Mas o clube exige sempre estar ao máximo, por isso, é uma questão de se manter a esse nível", aconselha Mariano que, contudo, está convicto de uma coisa: "O Sérgio hoje em dia é o jogador que representa o clube e a própria cidade. É portista de coração desde sempre, vive intensamente o clube. Tem o sentimento e a raça que também tem o FC Porto", refere.