"Sérgio Conceição traz-nos à Terra nas boas fases. Lembro-me de uma imagem dele..."
Guardião João Costa garante que Conceição não vai deixar o momento positivo iludir o plantel.
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Nem eufóricos, nem no fundo do poço: um dos segredos de Sérgio Conceição é, segundo João Costa, a capacidade de equilibrar o moral da equipa a qualquer momento.
Por esse motivo, o agora guarda-redes do Múrcia (Espanha) confia que o bom momento do FC Porto - cinco vitórias seguidas - não vai iludir o campeão nacional.
"O míster Sérgio passa a experiência que teve como jogador. Quando ganhamos não somos os melhores e quando perdemos também não somos os piores. Isso é algo que dá confiança à equipa. Lembro-me de uma imagem dele, na famosa roda, após um mau resultado, em que disse: "Vamos ser campeões". Nas boas fases, traz-nos à Terra", recorda o guardião, que troca por miúdos a expressão "ADN Porto", utilizada várias vezes ao longo do diálogo com O JOGO.
"É a imagem dele e do clube. Atenção aos detalhes, não perder segundas bolas, ir aos duelos e, na dúvida, carregar em cima, não recuar", afiança João Costa, sem descartar uma surpresa estratégica na sexta-feira.
"A possibilidade de mudar condiciona o adversário e faz parte da preparação do míster. O Benfica não sabe se o FC Porto vai jogar com dois, três ou quatro médios", remata.
IDEIAS-CHAVE
Estabilidade
Se há coisa que Sérgio Conceição privilegia é o equilíbrio em todas as vertentes do dia a dia do plantel. Nos bons momentos, o treinador do FC Porto não quer ver a equipa "embandeirar em arco"; nos maus, lembra os jogadores do que são capazes e do que já lograram alcançar. Essa estabilidade também está presente na forma de trabalhar. Com ele ao leme, só existe uma: sempre no pico de intensidade, quer tenha o Benfica como próximo adversário, quer tenha o Anadia, por exemplo.
Identidade
O peso da camisola é algo que o treinador do FC Porto incute aos jogadores. O facto de ter jogado de azul e branco ajuda Conceição a transmitir a ideia de "ADN Porto" aos seus pupilos e os clássicos são os jogos perfeitos para transportar essa ideologia para dentro das quatro linhas.
Postura de campeão
Clássicos são para se jogar olhos nos olhos e Conceição não admite que se baixem os braços. Nesse sentido, como tantas vezes explica, não falhar nos detalhes e ganhar as segundas bolas são fatores essenciais na busca da vitória. E, preferencialmente, mandar no jogo: ter o controlo das operações é sempre melhor do que recuar em demasia no terreno.