Radiografia aos treinadores antes do clássico: Sérgio puxa pelo ADN, Schmidt serena
Benefícios da exigência constante de Conceição notam-se "ainda mais" nos grandes duelos, diz João Costa. Roger, segundo Rui Mota, tenta abstrair os jogadores dos holofotes mediáticos.
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Esta sexta-feira, a partir das 20h15, o Estádio do Dragão será palco de um duelo inédito entre Sérgio Conceição e Roger Schmidt. Um condimento extra para temperar o primeiro choque da temporada entre FC Porto e Benfica e que motivou O JOGO a descobrir o que une e separa os treinadores em semana de clássico.
Para isso, consultámos João Costa, ex-guarda-redes dos dragões, e Rui Mota, antigo adjunto do técnico do Benfica, que coincidiram num ponto: os métodos de trabalho não mudam só porque há um jogo grande à porta, mas as mensagens transmitidas pelos rivais diferem.
Se Conceição puxa pelo ADN portista e por uma postura confiante, sem receios, Schmidt aposta na tranquilidade, tentando "proteger" ao máximo os jogadores do mediatismo inerente a um jogo de tamanha dimensão.
Com Conceição ao leme, há vários parâmetros que nem a aproximação de um clássico consegue mudar, como o compromisso diário, valorizado de sobremaneira pelo treinador campeão nacional. "A imagem do míster Sérgio é igual à de todos os dias, não muda. Exigência máxima e tudo aquilo que jogar no FC Porto implica. E isso nota-se ainda mais nestes grandes jogos, porque os níveis de motivação sobem sempre", explica João Costa, treinado por Sérgio no Dragão, em 2017/18.
Mas ressalva: "A nível de estratégia, terá outro tipo de cuidados e não esquece os jogadores que chegaram há pouco tempo ao clube, que precisam de perceber qual é a mentalidade necessária para este tipo de jogos. Essa é a mensagem principal: transmitir o ADN FC Porto a todos os jogadores, reforçá-lo nos mais experientes e imprimi-lo nos mais recentes", indica.
Schmidt, por sua vez, trabalhou com Rui Mota no Beijing Guoan, da China, e opta pela via da serenidade, "até para retirar carga e pressão extra". "Tenta equilibrar a balança e apela a uma visão mais racional por parte dos jogadores, quer na abordagem do jogo, quer no decorrer do mesmo. Não demonstra, a nível pessoal, nervosismo ou dúvida em relação à filosofia", detalha o agora adjunto da seleção chinesa. Depois, surge a vertente mais fora da caixa: o chamado "fator surpresa", como sucedeu em Paris. Algo que Conceição também não coloca de lado...