Sérgio Conceição arrisca clássico com o Benfica: confira os pormenores do processo
Castigo de 15 dias por críticas à arbitragem termina logo a seguir ao primeiro jogo com o Benfica. A medida é passível de recurso e sobra a dúvida quanto ao eventual efeito suspensivo. Está em causa um jogo com o Belenenses realizado há dez meses e só há duas semanas é que o CD recebeu o processo
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Sérgio Conceição começa esta sexta-feira a cumprir uma suspensão de 15 dias, na sequência das críticas à arbitragem expressadas após o polémico desafio entre Belenenses e FC Porto, a 4 de fevereiro deste ano, no Jamor.
O castigo determinado pelo Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) inclui uma multa de 7650 euros e abrange os jogos com Braga, Rio Ave, Vizela e Benfica, com o clássico para a Taça de Portugal a realizar-se no penúltimo dia da suspensão.
Segundo apurou O JOGO, a última diligência deste processo conhecida pelo FC Porto ocorreu há 180 dias
O caso está agora nas mãos do departamento jurídico do clube e é passível de recurso para o pleno do CD, mas sobra a dúvida se poderá ter efeito suspensivo, o que permitiria ao treinador estar no banco e demais áreas técnicas. Esta época, contudo, há jurisprudência nesse sentido. Hugo Viana, dirigente do Sporting, recebeu um castigo igual ao de Sérgio pela infração da mesma norma e o requerimento para suspender o castigo, no âmbito do recurso, foi aceite. Parte dessa decisão assentou no facto de o castigo ter sido inicialmente determinado por um só relator do CD, o que também se aplica ao caso de Conceição. De resto, dentro das instâncias desportivas, só o eventual efeito suspensivo do recurso poderá manter o treinador no banco no clássico natalício, já que não se espera que a reapreciação do caso seja feita em tempo útil.
O Conselho de Disciplina instaurou o processo a 12 de fevereiro. O despacho foi conhecido praticamente dez meses depois
Independentemente destas questões jurídicas, o FC Porto estranha os tempos deste processo, que também visou a SAD e o diretor de comunicação, Francisco J. Marques. A 12 de fevereiro, o CD abriu o processo disciplinar, após queixa do Conselho de Arbitragem e da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, pelo que se passaram praticamente dez meses até ao despacho. Segundo informações recolhidas por O JOGO, a última diligência de que o FC Porto teve conhecimento aconteceu há 180 dias, enquanto o processo só transitou da Comissão de Instrutores da Liga para o CD no passado dia 23 de novembro. Duas semanas depois, a 7 de dezembro, a decisão foi tomada e os arguidos e demais interessados foram notificados na quinta-feira.
O processo esteve quase todo o tempo nas mãos da Comissão de Instrutores da Liga. Foi só a 23 de novembro que regressou ao CD, que tomou a decisão duas semanas depois
"Um árbitro [Fábio Veríssimo] que está sob uma polémica incrível e vem apitar um jogo que pode ser decisivo para o título. Dois jogadores, em três situações diferentes, deveriam ter visto segundo amarelo e serem expulsos. O lance do Calila sobre o Corona roça o vermelho direto. É inacreditável como é que ele não expulsa [...] É inexplicável isto. É revoltante. Este penálti, é penálti em todo o lado do mundo. [...] Hoje, fomos enganados, fomos roubados aqui", foram as queixas de Sérgio Conceição, no rescaldo de um jogo marcado pelo lance arrepiante entre Kritciuk e Nanu, que acabou transportado para o hospital.