É o treinador português, entre os que jogaram mais do que uma edição da prova, que tem maior percentagem de vitórias. E a lista inclui muitos nomes sonantes, com Mourinho à cabeça.
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São 250 os treinadores que o portal "Transfermarkt" lista como tendo participado em, pelo menos, um jogo oficial na Liga dos Campeões [fase de grupos ou, depois, a eliminar] desde que esta se conhece como é.
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Desses, 26 são portugueses, mas nessa lista falta um nome improvável, Francisco Vital, que em 1997/98 fez dois jogos pelo Sporting. De uma forma ou de outra, com ou sem erro no portal, o número é bem significativo, à medida da importância que Portugal tem solidificado na competição, muito às custas do FC Porto, a equipa que, já se sabe, melhor tem representado o país desde que a UEFA mudou o figurino da principal prova de clubes. Entre tantos e tão reputados treinadores, Sérgio Conceição é aquele que tem maior percentagem de vitórias, ou seja, que mais vezes ganhou na comparação com os jogos que tem disputados.
Nestas contas incluímos todos aqueles que disputaram mais de uma edição da prova, amostra mínima para que a estatística seja relevante. De outra forma, chegaríamos à conclusão que Paulo Sérgio, atual treinador do Portimonense, mas em tempos do Cluj, e Carlos Queiroz, pelo ano que teve no Real Madrid, seriam os melhores, o que não é, de todo, consensual. Aliás, o primeiro até só fez três desafios, o segundo disputou 10 e caiu nos quartos-de-final, mas tem 60% de vitórias, correspondentes a uma fase de grupos praticamente imaculada. A marca que deixou nesta prova foi irrisória, portanto. É verdade que Conceição também "só" tem 26 jogos, o que não é muito quando se olha para o historial de José Mourinho, com uns "assustadores" 151 desafios, só superado por Alex Ferguson, Arsène Wenger e Carlo Ancelotti. Mas todos foram ao serviço do FC Porto, clube que teoricamente tem menos condições para o sucesso do que Chelsea, Inter, Real Madrid, Manchester United e Tottenham podem proporcionar. Aliás, se isolarmos os resultados do Special One apenas nos portistas, chegamos a um registo exatamente igual ao de Conceição: 53,8%. No caso de Mourinho, correspondentes a sete triunfos em 13 jogos na caminhada que guiou os dragões ao título europeu de 2004. No caso de Conceição, correspondentes a 14 triunfos em 26 desafios. Na primeira edição em que participou (2017/18) chegou aos oitavos de final, na segunda (2018/19) atingiu os quartos e agora procura as meias, que garantiriam mais 12 milhões de euros e o melhor desempenho individual de sempre.
Eliminatória com o Chelsea pode afastá-lo do "Special One" ou permitir que este recupere um trono que é seu desde a passagem pelo FC Porto, o clube mais representado na lista
Na lista, que a infografia descreve com maior pormenor, encontramos muito FC Porto. Aliás, é preciso chegar ao oitavo lugar (Marco Silva) para encontrar um treinador que seja associado a outro clube que não o azul e branco. Jesualdo Ferreira ou Fernando Santos, por exemplo, treinaram outros "grandes" portugueses, mas ambos iniciaram o percurso europeu pelos portistas. O professor, aliás, apurou-se para os oitavos de final nas quatro edições em que participou, o que ainda é um recorde a esse nível. Villas-Boas, outro dos bem colocados, nunca jogou a Champions pelo FC Porto, mas entra na lista por ser português e ter mais do que uma edição da prova no currículo. Vítor Pereira, que lhe sucedeu, é outro dos bem classificados.
Os nomes sonantes, o Boavista e... o Braga
Curioso é o facto de, nesta lista, aparecerem com números modestos alguns dos treinadores portugueses com maior reputação europeia na atualidade. Leonardo Jardim e Paulo Fonseca ganharam pouco mais de um a cada três desafios que disputaram. Jorge Jesus faz a conta certa: um terço. E Luís Castro fica por baixo: um em cada quatro. No fim da cauda está Jaime Pacheco, mas porque orientou uma espécie de peixinho num lago de tubarões, na fase em que o Boavista era cliente europeu habitual e até foi campeão nacional. Por falar nisso, de referir que o Braga teve dois treinadores na Liga dos Campeões, mas nenhum repetiu edições. Domingos ganhou três de seis jogos em 2010/11, o que é altamente meritório. José Peseiro fez bem pior uns anos depois: um triunfo e cinco derrotas.
Já agora, a terminar, diga-se ainda que optámos por excluir os resultados de pré-eliminatórias, por não ser justo para todos, uma vez que muitos dos treinadores referidos nem sequer as jogaram. E outros, como José Couceiro, pelo Kaunas (Lituânia), jogaram apenas fases muito prévias da competição. Para sermos corretos, porém, devemos frisar que Conceição ficaria uma décima abaixo de Mourinho se os dois jogos com o Krasnodar fossem contabilizados. Ganhando amanhã, também assim lideraria. Um desafio extra...