"Será um duro golpe se se verificar uma paragem idêntica à que aconteceu em março"
Num balanço do futebol profissional em tempos de pandemia, Pedro Proença reiterou que a intenção da Liga Portugal é a de levar as competições até ao fim.
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Pedro Proença, presidente da Liga Portugal, fez um balanço dos últimos meses das ligas profissionais, marcados pela pandemia que o mundo atravessa, deixando claro tem a firme convicção de "levar até ao final as três competições organizadas" por aquele organismo.
O presidente vinca que o compromisso da Liga Portugal é o de "não parar as competições" para que a indústria não sofra "danos irreversíveis" e que seria um "duro golpe" se se verificasse uma paragem de contornos idênticos" à de março.
Proença reforça que o futebol "não pode parar" e que "não é uma modalidade desportiva de alto risco", justificando esta tese com um estudo elaborado recentemente.
A fechar, o dirigente lamenta "a semana triste" que o futebol português com a partida de Reinaldo Teles, José Bastos e Vítor Oliveira.
Leia na íntegra a mensagem de Pedro Proença na revista da Liga:
"Fechámos este ano de 2020 com um sentimento amargo, mas firmes numa convicção: queremos levar até ao final as três competições organizadas pela Liga Portugal - Liga NOS, Liga Portugal SABSEG e Allianz Cup. O esforço que as nossas Sociedades Desportivas, parceiros e stakeholders têm feito, ao longo destes longos e difíceis meses, para manter a normalidade possível assim o determinam. O Futebol não pode parar.
Um estudo recente levado a cabo pela Portugal Football School, da FPF, com a participação do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, sugere que o futebol não é uma modalidade desportiva de alto risco de exposição respiratória para a transmissão da COVID-19. O resultado do estudo está em sintonia com a classificação de "médio risco", atribuída pela Direção-Geral da Saúde. No trabalho de campo efetuado, ficou demonstrado que o tempo máximo de exposição entre dois jogadores adversários foi de seis minutos e meio.
Além de a Liga Portugal ter realizado seis jogos com público nas bancadas - e que foram um sucesso! -, a que se junta esta base científica, recorde-se que aplicamos um Protocolo de Segurança bem definido e rigoroso, na defesa de todos os agentes envolvidos num jogo de Futebol Profissional: jogadores, treinadores, equipas de arbitragem, apanha-bolas...
É importante, pois, deixar bem vincado que a Liga Portugal continua a trabalhar afincadamente para um regresso de forma responsável dos adeptos às bancadas dos estádios. Sem eles, o Futebol, efetivamente, não faz sentido.
O Futebol Profissional é uma das poucas atividades que ainda vai dando alegrias aos Portugueses. E nos dias atípicos que vivemos, o quão isso é importante para todos. Iremos prosseguir o nosso caminho!
O nosso compromisso é não parar as competições, sob pena de esta indústria sofrer danos irreversíveis. A Liga Portugal, juntamente com as Sociedades Desportivas, parceiros e stakeholders, tudo vai fazer para que o Futebol Profissional cumpra o calendário até ao final da temporada. Será um duro golpe para todos se se verificar uma paragem de contornos idênticos à que aconteceu em março último. E olhando para outras ligas na Europa, dificilmente tal irá suceder, pelas mesmíssimas razões que se verificam com a Liga Portugal.
Uma nota final para realçar que, mesmo num quadro económico tão negativo e fruto do trabalho dos últimos cinco anos - de credibilização da "Liga Portugal 2" -, conseguimos angariar um grande patrocinador para a nossa segunda maior competição, sinal de que o trabalho está a ser bem feito: a SABSEG.
Acredito que o esforço coletivo que tem vindo a ser feito vai ter bons resultados. As Ligas Profissionais terminarão conforme o calendário delineado no início da época e a Allianz Cup vai voltar a consagrar o Campeão de Inverno. Juntos, vamos até ao fim!
P. S. - Foi uma semana triste aquela que acabámos de atravessar. Três grandes personalidades do Futebol Português e uma estrela mundial partiram e deixaram-nos a todos mais pobres. De José Bastos, vencedor da Taça Latina pelo SL Benfica, clube onde fez 196 jogos, a Reinaldo Teles, de quem guardo gratas recordações, sendo alguém com uma história tão rica no Futebol e que o tinha como amigo... E de Vítor Oliveira destaco o seu bom espírito de treinador e de líder e a ótima relação pessoal que tínhamos. De Diego Maradona, recordarei sempre as suas jogadas de génio, que encantaram nos relvados do mundo. Ficámos todos mais pobres..."