Presidente da Liga concedeu entrevista ao canal RMC Sport e abordou diversos temas relacionados com as esferas do futebol português e internacional.
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Pedro Proença, presidente da Liga de Clubes, concedeu uma extensa entrevista ao canal francês RMC Sport, na qual abordou diversos temas ligados às esferas do futebol português e europeu.
O líder do organismo que tutela o futebol profissional voltou a abordar a questão da centralização dos direitos de transmissão televisiva, apontando para a época 2027/28, altura em que terminam os contratos que os clubes detêm atualmente.
"Há pouco tempo, o Secretário de Estado do Desporto [João Paulo Rebelo] anunciou publicamente que o quadro jurídico mudaria rapidamente. Existe um alinhamento transversal entre as grandes entidades que regem o futebol em Portugal: a Federação, a Liga, os clubes, o poder político... Todos compreendem que é o único modelo que existe para rentabilizar as receitas dos clubes, para diminuir o fosso entre quem ganha mais e quem ganha menos, melhorar o produto audiovisual (...). Os contratos assinados pelos clubes duram até 2027/28. O que todos nós pensamos é que a melhor maneira de lidar com nosso produto é através desse modelo. Sabemos que existe este limite de tempo, mas faremos o nosso melhor para poder antecipar, com todos os parceiros, esta data", assinalou Proença, que voltou a manifestar-se contra a criação de uma Superliga Europeia, tema que voltou recentemente à baila:
"Somos muito claros sobre este assunto. Opomo-nos totalmente à possibilidade de uma Superliga que ultrapasse as realidades nacionais. Quem defende esse modelo de negócio não entende o ciclo dos grandes clubes. Vivemos num contexto europeu e esse tipo de realidade é pertencente ao mercado norte-americano. Na Europa, o princípio da promoção e despromoção é uma realidade que aceitamos naturalmente", asseverou o presidente da Liga, que foi também questionado sobre o caso de racismo que envolveu Moussa Marega, avançado do FC Porto, em Guimarães, na temporada transata. Proença falou num "problema geracional, de educação".
"É um problema geracional, de educação. Não se pode educar boa cidadania a uma pessoa só porque entra num estádio. Por outro lado, pode ser proibida a entrada à pessoa que pratique esse tipo de comportamento em recintos desportivos. A nova lei de combate à violência rejeita, de certa forma, o adepto que opta por maus comportamentos. Queremos banir aqueles que têm comportamentos errados. É importante que o poder judicial e o político assumam as suas responsabilidades", rematou Pedro Proença.