Depois de um ano de pouca utilização na Rússia, Miguel Cardoso realizou uma época muito boa no Belenenses, no qual apontou nove golos. Agora, diz-se preparado para outros voos
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Miguel Cardoso regressou na última época a Portugal, para representar o Belenenses, por empréstimo do Dínamo de Moscovo (Rússia). Uma opção, como conta a O JOGO, motivada pela vontade de estar mais perto da família nestes tempos de pandemia, bem como pela necessidade de jogar mais regularmente.
A escolha revelou-se acertado, dado que foi um dos elementos mais influentes da equipa, como provam os nove golos apontados ao serviço da equipa orientada por Petit, em 34 jogos.
Apesar de ter mais um ano de contrato com o clube da capital russa, o extremo, de 26 anos, ainda não tem o futuro definido, mas gostaria de dar um passo em frente na carreira, se possível dar um salto para um grande do futebol português.
Que análise faz da sua época no Belenenses?
-A nível pessoal, consegui o que queria, que era vir fazer uma época a Portugal e, pelo momento de pandemia em que vivemos, jogar regularmente e estar com a minha família. Correu bem e foi um passo bem dado. Conseguiu relançar a minha carreira e fiz uma época positiva, tal como a equipa.
Ao serviço do Belenenses, o extremo marcou nove golos e ultrapassou, com mais uma finalização certeira, aquela que tinha sido a sua melhor época concretizadora pelo Tondela, em 2017/18
Sentia que a carreira tinha estagnado enquanto esteve na Rússia?
-Tive uma primeira época positiva no Dínamo de Moscovo, depois, com várias mudanças de treinadores, perdi algum protagonismo. A seguir, fui emprestado ao Tambov, mas acabou por não surtir grande efeito por causa da pandemia. Pela minha idade, precisava que me vissem jogar.
Dado que é natural da zona de Lisboa, procurou um clube que ficasse mais perto de casa?
-Claro que sim, tive outros convites em Portugal, mas quis ficar na zona de Lisboa. E já tinha trabalhado com o mister, portanto juntou-se o útil ao agradável.
Marcou nove golos, sente que foi a melhor época em Portugal?
-Já tinha feito uma época muito boa em Tondela antes de ser transferido para o Dínamo. Claro que os golos revelam que foi se calhar a melhor época. A nível exibicional mantive uma boa regularidade e senti muito confiança por parte do treinador e dos meus colegas.
Como é que lidou com as dificuldades que o Belenenses tem no que diz respeito infraestruturas?
-É verdade que, por não ter estádio próprio, as condições não são iguais às de outras equipas, mas foi uma experiência que me fez crescer muito. E a equipa superou isso tudo, nunca virámos a cara à luta. Por vezes, as dificuldades fazem com que os grupos se unam ainda mais.
Depois desta boa época, está preparado para dar o salto para um clube com ambições mais elevadas?
-Claro que todos os jogadores querem dar um salto em frente na carreira. Não fujo à regra, sempre disse que queria jogar num grande do futebol português. Não sei se será possível, mas tenho essa ambição e acredito que tenho capacidade para lá chegar.
Mas já tem alguma informação em relação ao seu futuro?
-Tenho contrato com o Dínamo por mais um ano. Terei de voltar à Rússia, para pelo menos definir o meu futuro.
Pretende voltar para a Rússia e impor-se no Dínamo?
-Se pudesse escolher, gostava de me transferir para um outro campeonato europeu ou então continuar em Portugal num clube com um projeto desportivo ambicioso. Mas não descarto voltar ao Dínamo, que é uma grande equipa na Rússia.