Segredos do sucesso de Vasco Matos: "Paulo Fonseca tinha muito para ensinar..."
Açorianos viveram pausa agradável, respirando num extraordinário quarto lugar e já com jogos feitos ante FC Porto e Benfica. Treinador recolhe méritos
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Nélson Pedroso e Vasco Matos partilharam balneário no Portimonense e no Aves durante três épocas consecutivas, primeiro no Algarve, em 2009/10, depois a norte, entre 2010 e 2012. O antigo defesa-esquerdo, que treinou o Ribeirão recentemente, segue com atenção a carreira marcante do amigo, que era um virtuoso extremo.
O Santa Clara vai-se cotando como outsider, ocupando o quarto lugar, resistindo na posição, pese a derrota com o Moreirense, no terceiro jogo em que perde pontos, após FC Porto e Benfica. “Como jogador, o Vasco já era um líder, falava imenso dentro do campo e tinha uma personalidade forte, que manteve. É naturalmente competitivo; era de prever que o futuro passasse por esta aventura como treinador, porque discutia muito o jogo, os acontecimentos , bem como os aspetos táticos e estratégicos”, confessa Nélson Pedroso, recordando um jogador que “já era de levantar muitos porquês, tentava aprender e evoluir, e exigia muito dos colegas”.
Relevando o trajeto de Vasco Matos desde a subida dos açorianos, o antigo defesa antevê “futuro muito risonho”. “Quem olha para este Santa Clara, que já vem do ano passado, vê uma equipa muito organizada em todos os momentos. Com ele só poderia ser assim, gosta de coisas direitinhas, é muito profissional e um líder nato. Tem o dom de fazer com que os jogadores acreditem na sua ideia”, atira. “Isso vai trazer-lhe muitas coisas boa, merece todo o sucesso”, vinca Pedroso.
Futuro será muito risonho
Pedroso identifica uma época-chave para moldar Vasco Matos, enquanto rosto do sucesso do Santa Clara.
“Temos na nossa trajetória o ano do Paulo Fonseca no Aves. Nessa época, conseguimos aprender imenso, ele punha-nos a pensar sobre o que fazíamos, abriu olhos e mentes a muitos. O Paulo tinha muito para ensinar e o Vasco tem sabido utilizar a informação adquirida nesse tempo. Tem sabido aplicá-la na sua visão”, destaca.
“Também foi buscar coisas a outros, mas lembro que a passagem do Paulo Fonseca suscitava em nós muitas conversas sobre futebol. Por alguma razão, o Vasco tem como adjunto o Leandro, também desse nosso plantel. Entre nós, discutíamos muito os treinos, o que era aplicado nos jogos e o que se preparava consoante o adversário”, elucida Nélson Pedroso, avaliando o desempenho e a classificação ao cabo de oito rondas. “Muitos poderiam não contar com tanto, mas quem viu a subida, sabia que esta equipa ia fazer época tranquila, há um trabalho muito assente na organização, o que se deve fazer em todos os momentos, defensivo e ofensivo, também nas transições, e no trabalho estratégico”, enaltece, taxativo sobre a capacidade de aguentar a estrelinha. “Sei que é capaz de tomar pulso no grupo, se isso acontece e tens bons valores, as coisas surgem naturalmente. Chegará longe, porque trabalha de forma séria e honesta, é profissional em todo o esplendor e isso reflete-se em quem trabalha com ele. Todos vão sentir a sua energia, só imagino coisas boas”, remata Pedroso.