"Se o Sporting não me chamou na última pré-época, não acredito que me chame agora"
Elves Baldé, cedido pelos leões ao Feirense, admitiu a O JOGO que uma temporada aquém do esperado ajudou a tornar mais longínquo o sonho de singrar em Alvalade<br/>
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Vítima de uma lesão que dificultou a adaptação ao Feirense, Elves Baldé - o extremo de 20 anos - disputou apenas dez jogos pelos fogaceiros em 2019/20. Situação bem diferente daquela que viveu na época passada, onde, após boas exibições no Paços de Ferreira, sentiu que devia ter sido mais valorizado em Alvalade, de leão ao peito.
Qual o balanço a nível individual e coletivo da presente temporada?
-A nível pessoal não posso dizer que estava a correr bem, porque não disputei tantos jogos como gostaria. Também tive uma lesão que dificultou todo o processo. Acreditava que podia ter mais minutos na reta final do campeonato, mas o cancelamento da II Liga estragou-me os planos.
Acredita que essa falta de minutos, aliada ao contexto da pandemia, veio dificultar o regresso ao Sporting?
-Pode ter ajudado, mas penso que se o Sporting estivesse mesmo a contar comigo já me teria dado uma oportunidade de fazer a pré-época. No ano passado estive muito bem nos sub-23 do Sporting e, depois, no Paços de Ferreira. Se depois disso não me chamaram, não acredito que me vão dar uma oportunidade agora. É difícil regressar porque já estive bem melhor e acabei por não ser valorizado como esperava.
Ao ver jovens de 17 e 18 anos chamados aos últimos treinos sente que o seu "comboio" já passou?
-Eu vejo os miúdos a treinar na equipa principal e fico muito feliz por eles, até porque joguei na Academia com alguns deles. Trabalharam todos no duro e alcançaram os seus objetivos. Sinto que o regresso é difícil, mas talvez Rúben Amorim ainda me possa dar uma oportunidade de me apresentar...
Foi contactado no sentido de se apresentar na próxima época?
-Não, não recebi nenhum telefonema com essa ordem.
Tem contrato válido com o Sporting até 2023. Vê com bons olhos um novo empréstimo ou gostaria de sair em definitivo?
-Acredito que o Sporting esteja a pensar no melhor para mim, mas eu gostava de ser emprestado a um clube de I Liga. Se isso não acontecer gostava que me deixassem seguir em frente e fazer a minha vida.
Há algum campeonato que gostava de experimentar que não em Portugal?
-Tenho o sonho de jogar na Premier League, mas reconheço que ainda não tenho essa capacidade por falta de jogos e competitividade. Com minutos, trabalho e alguém que acredite em mim pode ser que chegue lá um dia. Espanha também é uma hipótese sedutora, mas só gostaria de ir para um clube que me garantisse muito tempo de jogo.
Sente-se acompanhado pela estrutura leonina?
-O Sporting tem uma pessoa que nos acompanha [Paulo Poejo]. Ele está sempre em contacto comigo e cuida do meu bem-estar. Nesse aspeto não tenho razão de queixa.