Declarações do treinador do Braga, Carlos Carvalhal, na antevisão ao jogo em casa do Aves SAD, da ronda 12 do campeonato, com início às 20h30 de domingo
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Ganhou jogadores com resposta muito mais efetiva neste sistema de 3-4-3, falando em concreto do Mbi, Vítor Carvalho, Roger ou Gabri? "Eu e a minha equipa técnica sempre temos o hábito de colocar os jogadores à frente de tudo, isso é olhar às suas caraterísticas e ao conforto que revelam, aquilo que podem acrescentar. É um aspeto muito importante no que queremos elaborar para cada trabalho. Há alternâncias, mas as coisas não diferem muito entre Rio Ave, Braga ou Celta. As dinâmicas são diferentes, a base é a mesma. As caraterísticas dos jogadores pedem coisas diferentes e quero que estejam confortáveis no jogo. Lembro o Mingueza no Celta, nosso central do lado direito, que era muitas vezes durante o jogo um médio ou extremo. Avançava... Aqui também fomos ao encontro de certas caraterísticas e acredito que atingimos um ponto de equilíbrio importante. Estamos satisfeitos como a equipa está a abordar o jogo, é uma equipa em construção com gente jovem, que ainda pode melhorar. Neste sistema temos cinco avançados dentro do campo e temos de conseguir equilíbrios. Há muito trabalho a fazer, mas sentimos que os jogadores estão confortáveis nas posições, todos eles!"
Teme as condições do campo face a mais um ciclo apertado? "Se fosse no meu tempo estava mais preocupado, jogava em batatais, lençóis de água onde tinham de fazer furos. Agora há muito mais profissionalismo. Não estamos à espera de um relvado excelente, pode ser um pouco pesado à imagem do Leixões. Quanto ao calendário temos de nos adaptar, não há desculpas. Foi quinta, agora é domingo e vamos estar em condições. Estamos num ciclo diferente, este é o nono aperto, jogando de três em três dias. Ainda questionei a razão de não jogarmos segunda-feira, já que a Sport TV e a Liga deram privilégio ao Vitória e FC Porto, porque jogaram fora na Europa. Caiu-nos a batata quente mais uma vez."
Os jogadores estão mentalmente mais fortes nesta fase? Preocupou-se muito com esse aspeto para evitar erros primários? "É uma questão de habituação e educação. Estão mais habituados ao que se quer, percebem que perder um jogo aqui não é normal, fica tudo virado ao contrário. Vi a cara de espanto de alguns em função dos resultados negativos. São jogadores a crescer, a maturar, sabem o que a casa gasta. Isto beneficia a equipa, acredito mais nas coisas trabalhadas a nível geral, com força sistémica e mais abrangente. Gosto de usar mais exemplos da vida, se calhar os atletas captam melhor uma lição de vida. Antes do jogo com o Leixões ofereci um livro do José António, meu jogador no Leixões, que sofre de ELA - Esclerose Lateral Amiotrófica - a quem deram cinco anos de vida. Agora vai com 20, teve uma filha. A cabeça dele está super bem, o corpo não responde ao que quer mas um livro destes também inspira, sobretudo quando alguns se queixam das unhas ou meias mais apertadas. É um exemplo do que pode ser feito para melhorarmos."