"Se dentro do campo fomos competindo, fora já perdemos o comboio há muito tempo..."
Declarações de António Tavares (MAG), Angelino Ferreira (Conselho Fiscal de Disciplinar) e Fernando Freire de Sousa (cabeça de lista ao Conselho Superior), João Borges (Operações) e Tiago Madureira (Negócio e Expansão Internacional), que acompanharam Villas-Boas na Casa do FC Porto de Famalicão
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António Tavares (MAG)
“Quando o André [Villas-Boas] me convidou, não hesitei, porque entendo que há um momento para tudo e temos de fazer a vida com opções. Este ano obriga a ter opções para o FC Porto, mesmo que não sejam as que acreditamos. Pelo menos fizemos um grande debate, que era algo que não acontecia. Está a fazer-se, ao nível de um presidente da MAG é que seja um fator de união do clube e não seguir uma linha definida. O presidente da MAG tem de ser a consciêcnia crítica dos portistas e não alguém que tenha qualquer tipo de desvio. Tem de representar os associados do FC Porto, que trazem uma segunda pele, seja camisola ou cachecol, nas noites boas ou menos boas.
Se a Lista B tiver a maioria do convencimento dos associados, podem contar comigo para fazer chegar à direção o que é o sentimento dos associados. Por isso o destaque que damos às casas. Não pode ser só em momentos como este. Tem de ser permanente. As casas do FC Porto são embaixadoras do FC Porto.
Temos de estar calmos, tranquilos e preparados para a votação terminar às 20h, 21h ou 22h, porque todos que estiverem dentro do perímetro vão poder votar. Vão tranquilos e acreditem que a pouco tempo dos 50 anos do 25 de abril vamos dar uma grande demonstração de democracia."
Angelino Ferreira (Conselho Fiscal e Disciplinar)
“Foi com pena que tive de deixar o FC Porto, mas sempre esteve no meu pensamento voltar e aqui estou para ajudar a erguer o nosso FC Porto. Temos de colocar a questão: o que nos levou à situação atual? Qual foi a trajetória que o clube seguiu? E, mais importante, como poderemos sair desta situação caótica. O passado é passado. A verdade é nua e crua.
O futebol é locomotiva de todo o grupo. E quando a SAD está em coma, isto acaba por atingir e afetar todo o grupo, incluindo o próprio clube, que tem concentradas as modalidades no FC Porto. O que nos trouxe até aqui foi a gestão dos últimos anos e a trajetória levou a que o clube tenha hoje um problema económico, financeiro e liquidez.
A dívida de 500 milhões, é um número preocupante, mas tem de ser encarado e cá estamos nós para o resolver. A dívida que está consolidada no balanço da SAD, que já ouvi dizer que era boa, que era garantida... Uma coisa é certa: é toda para pagar.
Temos de crescer em receita e emagrecer na parte da despesas, apertar os cintos para o nível das receitas. Ou, então, havendo um incremento das receitas, manter os custos, estando numa situação equilibrada. Não é fazendo mais financiamento que vamos resolver os problemas. Vamos ter de reestruturar a dívida, alongando a dívida com os nosso credores e será um processo de negocição que nos levará a encontrar soluções para resolvermos essa dívida e algum capital que sejamos capazes de aportar à sociedade. Resolvendo o problema da dívida, vamos ter menos preocupações em termos de liquidez, que afeta o dia a dia da sociedade.
Esta candidatura é diferente. É candidatura de modernidade. Queremos pensar cada vez mais no futuro. É inovadora, equipa jovem, cheia de talento, capaz de levar o FC Porto a bom porto. Estou convencido que os associados vão ponderar. Pensemos no clube, acima de tudo e num presidente capaz de levar o FC Porto a sair do abismo em que se encontra.”
Tiago Madureira (Negócio e Expansão Internacional)
“O FC Porto tem como ADN vencer dentro do campo. Estamos a trabalhar para criar condições para vencer aí, mas também compete com equipas de gestão fora do campo. E se dentro do campo fomos competindo, fora já perdemos o comboio há muito tempo e estamos longe dos nossos rivais. Queremos restaurar isso.
Para competir dentro do campo precisamos de jogadores de fazer ganhar. Fora, o maior ativo são os adeptos. É preciso restaurar a proximidade que se foi perdendo. Não há FC Porto sem os adeptos. Só quando formos capazes de recuperar isto, exploraremos tudo o que está para atingir neste campeonato da credibilidade, getsão rigorosa, modernidade."
Fernando Freire de Sousa (cabeça de lista ao Conselho Superior)
“Andava há algum tempo bastante descrente e desconsolado com a evolução que se ia verificando no FC Porto. Uma das razões era com ganhar mais ou menos e o FC Porto tem vindo a ganhar cada vez menos. Nos 42 anos de presidência do atual presidente, nos primeiros dez ganha 5 campeonatos, nos segundos ganhou 6, nos terceiros ganhou 8 e nos últimos 12 ganhou 4. Há aqui qualquer coisa que precisa de ser mexida. Mas nem é por isso, é porque senti que havia um discurso esgotado, uma credibilidade em perda, uma situação financeira preocupante e uma certa captura do FC Porto por algumas forças e figuras que considerava não totalmente desejável.
O Conselho Superior num clube associados, a exemplo do Barcelona, é importante que os associados sejam os donos do clube. É importante que haja um fórum, muito ligado à direção e à AG, é importante que os sócios tenham voz e trazer ideias e reflexões para dentro do clube. A ideia é que haja reuniões mais regulares com participação dos sócios, a ideia de que existra uma lista partidária, com um número igual de homens e mulheres. Em tudo na vida, nunca nada é eterno é preciso ser-se capaz de passar o testemunho aos que vêm a seguir. É preciso que seja feita de forma eficaz e sustentada. Vamos pôr o clube a ser capaz de dar aos sócios uma participação e uma intervenção que é essencial, para que com o lado desportivo e financeira seja um circulo virtuoso.
A nossa lista não tem benfiquistas na lista. Foi um critério claro."
João Borges (Operações)
“A alegria com que as casas nos receberam deu energia para seguirmos esta caminhada. Queremos estar cá para trazer a credibilidade do FC Porto junto dos seus parceiros e colaboradores. Do ponto de vista operacional, será necessária uma reestruturação das empresas do FC Porto. Isso só será possível com a colaboração dos colaboradores do FC Porto. Queremos restaurar o orgulho deles em trabalhar, que está perdido. Não podem ter medo que qualquer decisão que tomem possam ter represálias.
Com a reestruturação do grupo vamos promover o equilíbrio financeiro. Eliminando os desperdícios, vamos restaurando a credibilidade. O caminho será longo, mas estamos cá para isso."