Schmidt revela pedido de Rui Costa e diz: "A fome era muita e a pressão também"
Em entrevista ao jornal "Algemeen Dagblad", Schmidt diz que no Benfica os talentos trabalham para a equipa. "Os jogadores exigem isso uns dos outros", atira, elogiando os técnicos portugueses.
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Conquistado o grande objetivo do Benfica para 2022/23, Roger Schmidt fala de um "ano muito entusiasmante" ao serviço das águias. Feliz pela conquista do campeonato, o treinador faz um balanço positivo da época, assumindo a importância do triunfo na Liga, que permitiu quebrar um jejum que durava desde o título de 2018/19. "Não estou cansado no sentido de estar de rastos, mas aliviado porque consegui ser campeão. Para o Benfica, a última vez tinha sido há quatro anos. A fome era muita, e a pressão também", confessou, em entrevista ao jornal "Algemeen Dagblad".
Afirmando que a cobiça encarnada teve início "nos jogos do PSV com o Benfica nas eliminatórias da Champions", Roger Schmidt contou o pedido de Rui Costa: "Disse-me no início das negociações: "Queremos que jogues como no PSV.""
Agora de férias em Maiorca, onde tem casa, Schmidt - com regresso aos trabalhos agendado para o início de julho - analisa o arranque ao serviço das águias. "Penso que em todos os clubes por onde passei ficou rapidamente visível a forma como queremos jogar. Mas é verdade, no Benfica isso também aconteceu de forma rápida e harmoniosa, com os jogadores a irradiarem diversão", disse, salientando: "Há muita qualidade neste plantel. Todos estavam abertos à mudança, para um jogo mais direto e com uma mentalidade agressiva e de alta pressão."
Questionado pela abordagem em relação a jovens talentos, nomeadamente a propósito da afirmação de António Silva na Luz, e comparando com atletas promissores que treinou no PSV, Schmidt explicou: "Tínhamos Gakpo, Madueke, Ihattaren, Malen, todos jogadores talentosos ofensivamente. Não vejo mal no facto de terem a ambição de dar o salto do PSV ainda jovens. Mas tentei dizer-lhes que ter só uma arma no topo não é suficiente. Se queres ser competitivo nesse nível, tens de ser completo. Não ter apenas valor para a equipa com bola, mas assumir também a responsabilidade sem a bola." E deu depois o exemplo do que se passa no Benfica: "A chave é que jogadores com capacidades técnica nos vários aspetos do futebol também contribuem para a equipa. Os jogadores exigem isso uns dos outros. Aqueles que não querem contribuir, perdem peso. A equipa é sempre o primordial. E quando a equipa funciona, automaticamente contribui de forma positiva para o lado individual."
Roger Schmidt trocou os Países Baixos por Portugal, sendo que a liga neerlandesa ultrapassou a lusa no ranking da UEFA, ganhando vagas nas competições europeias. O técnico admite que "em breve Portugal será capaz de apanhar de novo os Países Baixos, se conseguir muitos pontos na Conference League". E destaca a qualidade tática dos técnicos portugueses. "Todos os jogos contra um clube mais pequeno, especialmente fora, é uma luta dos diabos para o clube de topo. No caso do Benfica, quase só defrontámos equipas com cinco jogadores na defesa. Quase todos os clubes têm um treinador português, todos sabem como preparar uma organização defensiva. Mas todas as equipas têm jogadores muito bons. Isso deve-se à constante importação de jogadores brasileiros. Portugal é a primeira paragem para eles."
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