Samu sem dor, o idioma de Gul, a conferência de Carvalhal e o tempo. Tudo o que disse Vítor Bruno
Acompanhe a conferência de imprensa de Vítor Bruno, que este sábado faz a antevisão do FC Porto-Braga, partida da oitava jornada da I Liga
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A preparação: "Em relação ao jogo, foi preparado da forma como devíamos preparar, o tempo foi diminuto, assim que acabou o jogo, o olhar foi posto no Braga. Tentamos levar as coisas que queríamos para o campo, sem a intensidade desejada ou que queremos incutir. Mas face a esta densidade, tempo reduzido, temos de aplicar estratégia de análise, de vídeo, filtrar o que é prioritário. Não conseguimos levar tudo o que queremos, foi mais pensando no último jogo e no que queremos do próximo, fazer com que tudo ande casado. Queremos muito voltar a ganhar, depois do último jogo."
Sobre o Braga: "O Braga vem de três vitórias consecutivas no campeonato. Perdeu o último jogo, mas vinha de uma série de bons resultados. É sempre uma equipa que nos cria muitas dificuldades, no passado temos esse retrato. É uma equipa que tem reforçado o seu estatuto a nível nacional e é sempre difícil de bater. Percebemos que o Carlos Carvalhal tem feito muitas alterações, o que podemos fazer é traçar perfis individuais e perceber como em termos coletivos isso pode ter impacto. Estive atento à conferência dele. Há muitas nuances estratégicas que teremos de analisar e tentar antecipar cenários."
Sobre Samu: "Penso que já toquei neste tema numa antevisão ou depois de um jogo, mas o Samu tem uma vantagem muito grande num concorrente direto com ele, o Gul, que é o idioma. O espanhol é mais fácil de perceber, tem muitos espanhóis na equipa. O perfil que ele tem é difícil de encontrar no nosso campeonato. A forma como ataca os espaços, como se interliga com os seus companheiros de equipa. Eu sei que para vocês é muito importante em termos de análise dos números. Hoje também falei de manhã com o Gul, porque é difícil ele vir de um país completamente diferente e para um país com um idioma completamente diferente e a primeira coisa que ele me disse foi: 'Estou muito chateado por ter falhado aquele jogo com o Manchester'."
Sem Samu na seleção principal: "Ele está bem, nem um esgar de dor interna. Ele sabe que o caminho dele está a ser percorrido e vai ter muito tempo para jogar na seleção. Depois, até se vai cansar de jogar na seleção".
O jogo com Manchester United: "Mal acabou a conferência eu estive com os jogadores e disse-lhes: 'aproveitem a noite de hoje para agonizarem ao máximo, mas a partir de amanhã, quando entrarem no Olival, quero total energia para atacar o jogo de domingo'. Para mim também foi uma noite difícil, talvez recentemente, a nível profissional, das piores, pela questão desportiva e pelo resultado. Mas no dia a seguir tive total energia para o que aí vem. Não temos tempo para nos lamentarmos. Não quero isso, nem permito que aconteça. Não podemos esquecer que a equipa tem uma média de idades de 24 anos, incluindo o Ivan Marcano, que não está presente em campo. É preciso olhar para o número de jogos que o Bruno Fernandes, o Casemiro e o Eriksen têm na Europa e, depois, olhar para o Nico González, Alan Varela e Eustáquio e fazer a comparação. Eu não vou cansar-me de correr riscos porque sei aquilo que tenho no balneário. Aqui há pouco espaço para o erro e eu tenho noção disso. Vamos errar aqui e acolá, eu sou o primeiro a errar e eles também vão errar e eu aceito isso, desde que haja sempre compromisso."
O processo defensivo: "Depende de como olharmos para o copo. Se olharmos para a Liga Europa, temos de fazer esse tipo de análise. Se olharmos para a I Liga, a análise é diferente, sofremos três golos em sete jogos. Quero ser o primeiro a não sofrer golos, acho que os grandes treinadores querem isso e eu não fujo à regra. A forma como estamos a atacar está a fazer com que possa acontecer o que tem acontecido. O Sporting, se calhar, tem a melhor defesa da liga neste momento e contra nós sofreu quatro golos na Supertaça. É preciso olhar com especificidade para cada jogo e perceber porquê. Vão continuar a acontecer erros, mas acredito que o caminho está a ser percorrido, é o que me dá mais conforto".
FC Porto mais dominante ou um jogo mais tático: "Podem esperar um FC Porto altamente competitivo e ambicioso, a querer muito ganhar, atento a todos os momentos no meio-campo adversário, muito metido no jogo, a saber como travar as transições do Braga e a saber o que fazer com bola. Podem contar com um FC Porto com uma vontade louca de ganhar"