"Samu e Deniz Gul? A partir do momento que sinto que estão capazes de dar resposta..."
Vítor Bruno, treinador do FC Porto, fez este sábado a antevisão ao duelo com o Farense, agendado para as 15h30 de domingo, no Estádio do Dragão, e relativo à quinta jornada da I Liga
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Alguns comentadores fizeram um reparo por se ter mantido preso ao grupo da Áustria. Que comentário lhe merece? "Tem que haver espaço para opinião e para análise. Isso é pacífico da minha parte. Eu entendo, é o vosso trabalho. Eu faço o meu e tento fazer sempre com base em convicções do que sinto ser o melhor para o grupo, sempre a defender de forma intransigente a questão desportiva do clube. Se é com gente que vem de fora e integrou agora o espaço FC Porto, que tem quatro ou cinco dias de trabalho, se é com gente que tem 15 dias, 20, um ano ou três, são os que me dão resposta no momento. Muitas vezes, sinceramente, nem os meus pensamentos consigo controlar, quanto mais aquilo que vai na cabeça de outras pessoas. É bom que exista espaço para a análise e para a crítica saudável, que não entrem por caminhos que não são os melhores. A partir daí, não tenho problema nenhum. Lido muito bem com isso, muito honestamente. Depende do que os jogadores me dão. Sou muito fiel ao trabalho, muito pouco tolerante à falta de compromisso e, graças a Deus, aqui não tem havido. Os jogadores têm sido de uma seriedade brutal. E, quando assim é, da minha parte, têm tudo."
Que reforços estão convocados para o jogo com o Farense? "Estão muitos."
A juventude de Samu e Deniz Gul requer mais paciência da sua parte na preparação de ambos? É possível pedir isso aos adeptos perante a exigência natural que colocam na equipa? "Mas essa exigência é boa. Eu gosto dela, já o disse aqui no final de um jogo. Gosto de gente exigente e apaixonada, como é o adepto do FC Porto, que gosta que os jogadores se desafiem a eles próprios, se comprometam de forma total com o que é o jogo, o treino, e que depois o façam, de forma convicta e que espelhem no campo aquilo que tem de ser um retrato fiel do nosso treino. Isso é aquilo que eles gostam e que eu também gosto que eles façam. O Samu tem 20 anos, 19 anos, o Gull tem 20, 19 anos, é verdade. Mas, para mim, a idade, a religião, a cor tem muito pouco valor. A partir do momento em que sinto que eles estão capazes de dar resposta e que seja uma resposta que traga mais-valia e acrescente valor ao clube, eles vão para dentro do campo, sem qualquer problema. Até lá, terão fazer pela vida. Nestes dois casos, lutar com o Fran [Navarro], com o Danny [Namaso], com mais um ou outro que pode aparecer naquele espaço e que já o conhece por via do treino. Depois cabe-me decidir."
Ao fim de 100 dias como treinador do FC Porto, qual foi o melhor momento que viveu e o melhor desafio que enfrentou? "Em relação a amanhã, são 100 dias enquanto treinador principal do FC Porto, mas jogos são cinco. Do outro lado, está alguém que tem quase 500. E que a nível de tudo aquilo que é passado adquirido, experiências acumuladas, capital de experiência também trazido de trás com muitas vivências, o míster José Mota está claramente à minha frente. Não vou dizer a nível de ambição, porque não será maior que a minha e, se calhar, a minha também não é maior do que a dele. A nível da ambição, queremos muito ganhar amanhã. Mas não nos podemos esquecer que, se calhar, do banco, o Farense parte a ganhar amanhã. Depois terão de ser os jogadores dentro do campo a fazer o resto e a tentar reverter para nós aquilo que tem que ser uma vitória no final do jogo. Tudo o resto, sinceramente, foram momentos já vividos. Não fico agarrado muito a isso. Normalmente, o treinador do FC Porto, ou de uma equipa grande, tem tendência a valorizar mais os momentos mais impactantes do ponto de vista negativo, do que regozijar-se no que são vitórias ou conquistas. Numa casa como esta, os objetivos são imutáveis no tempo. Seja em que circunstância for, é ganhar, ganhar, ganhar ou ganhar."