Atacante admite que coloca muita pressão no trabalho, que é uma área a melhorar e que a ajuda psicológica é fundamental. Agradecido ao FC Porto, o internacional espanhol sente-se “bastante bem” no Dragão e espera que “as coisas continuem como agora”. “Espero que possamos conseguir títulos juntos”, afirmou.
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A história de vida de Samu continua a despertar tanto interesse em Espanha como a ascensão vertiginosa que protagonizou no futebol, baseada num apetite pela baliza tão aguçado como a exigência que coloca em si próprio. O internacional espanhol não consegue disfarçar a frustração de uma exibição menos conseguida e admitiu, em entrevista ao jornal “ABC”, que é uma área que ainda precisa de evoluir. “Sou muito exigente comigo, pressiono-me e, nos momentos em que as coisas não me correm bem, penso muito nisso”, começou por referir o atacante do FC Porto. “Não vou mentir. ‘Como muito a minha cabeça’, é algo que tenho de melhorar. Se sou bom, se não sou bom… A ajuda psicológica é fundamental para mim”, garantiu.
Foi com o objetivo de lhe transmitir uma mensagem de confiança, de resto, que Martín Anselmi valorizou o trabalho de Samu contra o Aves SAD. Mesmo não tendo marcado, o espanhol esteve associado a alguns lances de relevo e olha para o futuro com otimismo. “Estou bastante bem, agradecido, sobretudo, ao meu clube pela oportunidade. Espero que as coisas continuem como agora e possamos conseguir títulos juntos”, desejou o avançado, que esta temporada já disparou 20 vezes a contar. “Sempre marquei golos, graças a Deus. É algo que tenho dentro de mim e a verdade é que estou a ir muito bem. É a coisa mais preciosa no futebol e o que dá mais dinheiro. E se não posso marcar golos, pelo menos tento ajudar a equipa com o meu trabalho”, afirmou.
Embora a frustração de uma má exibição possa transparecer o contrário, Samu descreve-se como “uma pessoa muito tranquila” e acredito que “mais cedo ou mais tarde” acabaria por percorrer o caminho até ao estrelado. “Levei isto muito naturalmente”, afiançou o internacional espanhol. Para a mãe, Edith, é que “tem sido um pouco mais difícil, porque a mudança foi muito brusca”. “Há coisas que ela tem dificuldade em gerir, como quando me acontece alguma coisa ou quando há coisas que não compreende bem”, indicou. “Queria triunfar no futebol, o meu sonho era ser futebolista e tive de abandonar os estudos. Tive uma conversa com a minha mãe para dizer que me iria concentrar no futebol”, contou o ex-estudante de marketing. “Quando cheguei a Granada, estava no segundo ano [do curso de marketing] e estava habituado a treinar à tarde e a estudar de manhã, mas mudaram-me o horário. Treinar de manhã e estudar à tarde era muito difícil para mim. No final, a minha mãe compreendeu que eu tinha de deixar de estudar”, recordou.
Seleção: espanhol com mais golos esta temporada
Samu chegou ontem aos Países Baixos com a seleção espanhola para disputar a primeira mão dos quartos de final da Liga das Nações, marcada para hoje, como o jogador com mais golos entre o leque de escolhas de Luís de la Fuente. O avançado fo FC Porto leva 20, mais seis do que Ayoze Pérez (Villarreal), embora isso não lhe garanta no imediato um lugar entre os titulares. “[Luis de la Fuente] Disse-me para ser eu próprio e fazer o que me trouxe até aqui. Estou muito grato pela confiança que me está a dar e muito feliz”, referiu na entrevista ao “ABC”.