
Rui Quinta, treinador do Salgueiros
Amin Chaar/Global Imagens)
Histórico emblema alcançou a melhor sequência de resultados na série D e saiu da zona vermelha da classificação.
Vencer dois jogos consecutivos era um feito que, até ao passado domingo, o Salgueiros não havia conseguido averbar na série C. A equipa bateu, nesse dia, o Amarante (3-0), vitória mais categórica obtida na prova, voltou a deixar a baliza intacta e completou a melhor série de triunfos até à data, iniciada em 14 de fevereiro, ao superar o Vila Real (0-1).
"É o rendimento mínimo e condizente com a qualidade dos jogadores. Desafiámo-los a darem o seu melhor e estão a fazê-lo com entusiasmo", refere o treinador Rui Quinta, que assumiu o Velho Salgueiral, em 26 de janeiro, com a missão de o reerguer na classificação. Esse mote é corroborado por Braga, um dos artífices da equipa: "Com a entrada do mister, as tropas juntaram-se e consciencializaram-se de ser uma fase em que tinham mesmo de dar mais. Há outro ânimo."
Rui Quinta explica que as duas vitórias - que permitiram ascender ao oitavo lugar -, "traduzem o sentimento" por vestir a mítica camisola encarnada. "Estamos no clube da alma. Há que ter muito orgulho em pertencer a este emblema e isso deve projetar-nos para melhores desempenhos", afirma.
Antes deste ciclo positivo, o Salgueiros somara um ponto em sete jornadas, rendimento que motivou manifestações de insatisfação dos exigentes adeptos, com a afixação de tarjas nada amistosas. "Eles têm sempre razão, quando se manifestam a favor ou contra. Temos de ter humildade para os ouvir. Se demos essa chance, é porque não estávamos a ser o que devíamos", reconheceu Rui Quinta. Porém, o treinador do Salgueiros realça que os jogadores "têm sido extraordinários", por lidarem com um "elevado grau de adversidade" e salienta que, nos tempos recentes, a vida do grupo é "conduzida por um espírito de conquista".
Sem fixar metas classificativas, Rui Quinta revela perentoriamente que o desiderato do Salgueiros é "apenas vencer cada um" dos últimos cinco jogos da série C. Uma ambição espelhada por Braga. "Estamos coesos, focados e vamos ter um final de época condizente com o historial do clube", garante o médio.
Mudança de quartel
O Salgueiros deixou o "adversário" sintético de Campanhã para treinar e atuar na condição de visitado no relvado natural do Complexo de Freamunde. Sobre a mudança, Rui Quinta explica que a equipa "se sente mais confortável", apresenta "maior qualidade de jogo" e que "permite que os jogadores recuperem bem melhor os índices físicos".
O treinador
Rui Quinta
Notável e experiente treinador de Barcelos, assumiu a equipa portuense a 19 de janeiro, para substituir Jorge Pinto. Após um início titubeante, sem conseguir vencer nos primeiros quatro desafios, Rui Quinta inverteu, por fim, a espiral negativa ao conduzir a equipa a duas vitórias seguidas. A presença no mítico Salgueiros é a nona experiência da carreira.
O jogador
Voltou, nesta época, ao clube no qual completou a formação e se estreou como sénior (temporada 2002/03). Inegável voz de experiência, que granjeia respeito, e com vários dos atributos intactos, que o fizeram ser reconhecido, Braga é dos mais utilizados (898 minutos), o melhor marcador do plantel (três golos) e integra o lote de capitães salgueiristas.
