Betinho, avançado do Espinho, apontou o primeiro hat-trick como sénior. Proeza permite confessar aspiração de repisar outros palcos.
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Antigo avançado de Sporting B, Belenenses, V. Setúbal e União da Madeira, Betinho cumpre a segunda época no Espinho. No passado domingo, o dianteiro, de 27 anos de idade, marcou três golos ao Vila Cortez (conta agora quatro na prova) e foi crucial para o Espinho somar o quarto jogo consecutivo sem perder.
Ainda pensa no hat-trick?
-Sinceramente, sim. Enquanto sénior, foi o primeiro. Tem um sabor especial, não é algo que se faça em todos os jogos e há que saborear. Era um jogo importante e estava confiante que, mais cedo ou mais tarde, iria acontecer.
É mais difícil fazer golos no CdP do que se imagina?
-Sim. As pessoas têm o estereótipo de que a competição é fraca, mas longe disso. Há jogadores com muita qualidade e marcar não é simples. As defesas contrárias disputam cada bola como se fosse a última. Diria que há mais espaço na I ou II Ligas.
Superou o registo da época passada. Qual é a sua meta?
- Tinha uma meta que pensava ser alcançável, mas com o decorrer da época preocupei-me em ajudar a equipa. Tinha em mente, pelo menos, ultrapassar o que fiz na época passada e consegui. A confiança está mais elevada.
O Espinho tem confiança e qualidade para atingir mais do que a permanência?
-Se os resultados forem positivos, podemos olhar, sobretudo, para a 3ª Liga. Faremos de tudo para aí chegar.
A falta de adeptos no estádio complicou a tarefa?
-Principalmente nos jogos em casa. No Espinho, sentimos isso e os adeptos eram o 12.º jogador. Dão outra beleza ao espetáculo, mas até poderá ser estranho voltar a tê-los nos primeiros jogos.
Que impressões causa o mister Bruno China?
-Muito boas. Veio mudar algumas coisas para melhor e estamos num bom caminho. Os jogadores sabem o que ele foi como jogador e isso faz diferença. Já passou por aquilo que vivemos e percebe reações ou atitudes que podemos ter em momentos.
Como descreveria o Espinho enquanto clube?
-É enorme. Tem uma massa associativa fantástica e, apesar das dificuldades, tem um espírito fantástico. Dá gosto vestir a camisola deste clube.
Tem experiência de I e II Liga. Ambiciona voltar?
-Chegar à II Liga de novo seria fantástico, mas sonho em voltar à I Liga e marcar golos. Na altura em que lá passei, não tive oportunidade de o fazer. Sei que ainda posso dar cartas nesse nível.
Foi uma jovem promessa do Sporting, mas não surgiu na equipa A. Falta de aposta ou de dedicação?
-Pergunta complicada. Já pensei várias vezes nisso. A situação não foi gerida. O Sporting não estava na melhor posição para lançar jogadores, mas tenho a maior parte da culpa, pois não me adaptei ao futebol profissional. A intensidade e a inteligência acima da média são atributos fundamentais.