Órgão federativo anunciou a abertura de um processo disciplinar à SAD benfiquista e esta respondeu pouco depois, em comunicado, de forma dura, com acusação de "má-fé"<br/> e "desrespeito".
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O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) instaurou um processo disciplinar à SAD dos encarnados. Segundo o comunicado do CD divulgado ontem, esta decisão surge "na sequência de notícias divulgadas na Comunicação Social".
Na mesma nota, é referido que a instauração do processo acontece "na medida em que a factualidade agora conhecida possa ser diversa daquela apreciada em outros procedimentos disciplinares".
Em causa está o megaprocesso que investiga factos que possam incorrer no crime de corrupção desportiva, emergentes dos emails pirateados ao Benfica.
Como consequência imediata, foram constituídos arguidos a própria SAD, o presidente Rui Costa, o administrador Soares de Oliveira e os ex-dirigentes Nuno Gaioso e José Eduardo Moniz, aos quais se juntará Luís Filipe Vieira que, à data, não estava em Portugal.
Os elementos do CD admitem que poderão surgir novas informações que, sendo eventualmente relevantes, possam levar o órgão a avaliar novamente a atuação da SAD benfiquista à luz dos regulamentos desportivos.
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De referir que é habitual a justiça desportiva instaurar estes processos, de inquérito ou disciplinares, enquanto a justiça civil procede à investigação. Recorde-se que os regulamentos da Liga, como determina o 65.º do Regulamento Disciplinar, prevêem nos casos de corrupção a pena de descida de divisão, que pode ser aplicada até um máximo de dez temporadas desportivas.
Em resposta, a SAD benfiquista "repudia a decisão" do CD "face à inexistência de novos factos a uma matéria já de si objeto de acompanhamento passado".
"Uma manifesta má-fé do Conselho de Disciplina que só pode ser justificada à luz do recorrente desrespeito e comportamento persecutório ao Sport Lisboa e Benfica. Uma decisão ainda mais inaceitável tendo em conta que a Comissão de Instrutores da Liga, órgão que deveria ter notificado o Sport Lisboa e Benfica em tempo útil, também não o fez, tendo o clube tomado conhecimento deste processo disciplinar através da Comunicação Social", pode ler-se em comunicado.
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A finalizar a reação, os encarnados apontam "coincidências e erros a mais para quem, tendo o estatuto de utilidade pública desportiva, lhe cabe a responsabilidade de defender o futebol português, mas que, sucessivamente, cai na subserviência de interesses específicos rivais do Sport Lisboa e Benfica", o que vem potenciar o clima de guerra aberta do Benfica ao referido órgão federativo.
A título de exemplo, os responsáveis da Luz exigiram publicamente a "dissolução" do órgão presidido por Cláudia Santos, em fevereiro do ano passado.