Encarnados suspeitam que o Ministério Público escondeu investigação a Bruno Paixão
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Os advogados que representam o Benfica no processo "Saco Azul" exigem, segundo noticiou na quinta-feira o Jornal de Notícias, que o Ministério Público (MP) esclareça se lhes foi escondida informação recolhida durante a investigação sobre novas suspeitas, nomeadamente relacionadas com o ex-árbitro Bruno Paixão, que está a ser investigado por suspeitas de corrupção desportiva pela Polícia Judiciária no âmbito do processo "Saco Azul". Porém, este processo refere-se apenas a crimes de fraude fiscal e nunca o clube encarnado foi confrontado com indícios de corrupção.
Nesse sentido, os advogados da SAD, que é arguida, enviaram um requerimento ao magistrado do MP que dirige o inquérito, manifestando-se surpreendidos com as notícias que, recentemente, apontaram para a investigação em torno do ex-árbitro, suspeito de ter recebido milhares de euros de uma empresa informática à qual o clube encarnado pagou 1,9 milhões de euros em serviços de consultadoria que, alegadamente, terão depois voltado à esfera da SAD.
Nesse inquérito foram realizadas perícias financeiras às empresas Best for Business e Questão Flexível, do empresário José Bernardes, as quais detetaram pagamentos a Bruno Paixão, o que terá desaguado em nova investigação sobre corrupção desportiva.
Porém, e como nenhum arguido terá sido confrontado com esta suspeita, os advogados alegam que, ou a notícia não tem fundamento, ou esta linha de investigação foi escondida dos arguidos ou ainda que houve incompetência do MP.
Apontam ainda no requerimento para o prejuízo que o Benfica estará a sofrer a nível económico e reputacional por uma investigação que desconhece e por suspeitas com as quais nunca foi confrontado.