Apologista de equipas fortes no meio-campo, com alas bem definidos e um jogador na posição 10, Ricardo Sá Pinto avança para a nova temporada com dois modelos táticos em mente.
Corpo do artigo
Apesar de partilhar muitas das ideias de jogo de Abel Ferreira, conforme expressou quando foi oficialmente apresentado com o detalhe de que o atual treinador do PAOK foi seu adjunto nos juniores do Sporting, Ricardo Sá Pinto não se limitará a dar continuidade ao trabalho do seu antecessor.
Para a época da "superação", o novo treinador tem na manga algumas inovações e os jogadores já tiveram essa perceção, pois têm sido trabalhados num novo sistema de jogo: em 4x2x3x1. "É o sistema favorito dele. Jogávamos sempre assim no Légia Varsóvia e, por isso, admito que o Braga evolua nesse sentido. Ele aposta muito em equipas muito compactadas, fortes na defesa e rápidas nas transições", explicou a O JOGO o médio Cafú, confirmando que o treinador costuma trabalhar, em simultâneo, outro esquema tático.
"O 4x2x3x1 é o sistema favorito do Sá Pinto. Jogávamos sempre assim no Légia Varsóvia. O Braga deve evoluir nesse sentido"
O 4x4x2, que foi sinónimo de grandes êxitos sob o comando de Paulo Fonseca e Abel Ferreira, será preservado mas é provável que seja menos vezes aplicado.
Frente à Oliveirense, no primeiro jogo da pré-época disputado no passado sábado à porta fechada, nem sequer foi testado, eventualmente porque o treinador entenderá que alguns jogadores precisam de ganhar rotinas num modelo que inclui mais um jogador a meio-campo, embora com mais liberdade para combinar com os alas (bem subidos), aproximar-se do ponta de lança de serviço e até tentar o golo. Semelhante papel foi desempenhado contra a equipa da II Liga primeiro por João Novais e depois por Xadas e, para começo, funcionou em pleno, com os bracarenses a golearem por 4-1. André Horta é outro jogador com características para atuar na posição 10, mas, curiosamente, posicionou-se um pouco mais atrás, praticamente ao lado de Palhinha até Sá Pinto ter avançado para outras soluções, fazendo rodar praticamente todo o plantel até ao fim do jogo.
Ricardo Sá Pinto está a preparar a equipa em 4x2x3x1 e o primeiro teste funcionou em pleno no jogo com a Oliveirense, disputado à porta fechada. O "tradicional" 4x4x2 será alternativa
Para que nada falhe na implementação do novo sistema, que não é naturalmente estranho aos jogadores, Sá Pinto tem exigido grande dinamismo e máxima sincronia entre sectores. Em vez de dois, passará a atuar mais vezes com um ponta de lança e, nesse sentido, o mais do que certo desaparecimento de Dyego Sousa, em troca de um negócio altamente rentável para o Braga, é uma péssima notícia para o treinador, que tão cedo não terá ao dispor os internacionais Hassan e Wilson Eduardo.