Rui Pinto: "Obtive acesso à Federação Portuguesa de Futebol em novembro de 2015"
Rui Pinto assumiu no julgamento do processo Football Leaks ter acedido remotamente ao sistema informático da Federação Portuguesa de Futebol
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O mentor assumido do Football Leaks, Rui Pinto, rejeitou esta segunda-feira ter acedido remotamente, como alega o Ministério Público, ao sistema informático da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) em 2018. Mas assumiu que o fez em 2015.
"Não acedi nem tive qualquer conhecimento destes acessos referenciados no dia 1 de março de 2018. Eu pessoalmente confirmo que obtive acesso à Federação Portuguesa de Futebol, mas isso ocorreu em novembro de 2015", afirmou Rui Pinto no o julgamento do processo que decorre em Lisboa.
Na altura, o alvo terá sido o Departamento de Registo e Transferências da FPF. "Em janeiro de 2017, foi possível obter outras credenciais que permitiram aceder ao Departamento Jurídico da Federação Portuguesa de Futebol", acrescentou, citado pelo JN.
Questionado se poderiam ter sido os seus parceiros do Football Leaks a aceder em 2018, admitiu que, "se foram detetados" na investigação, é possível que tenham existido. Os acessos foram feitos a partir de um computador que era usado por todos e que, na altura da detenção de Rui Pinto, em 2019, não estaria em sua casa, em Budapeste, na Hungria.
"Eu não estava sempre ao corrente do que era feito. Íamos falando acerca de acessos e possíveis alvos, mas não estava a monitorizar tudo o que se passava", justificou.
Relativamente às práticas da Federação Portuguesa de Futebol não foi publicado nada em concreto na página do Football Leaks", reconheceu, assumindo que a informação obtida foi partilhada com um jornalista da publicação alemã "Der Spiegel". Alguns dados foram posteriormente divulgados por um consórcio de jornalistas.
Entre a informação partilhada, destacou-se a existência de "contratos de dupla e tripla representação" em transferências de jogadores, "proibida por lei". "A Federação Portuguesa de Futebol durante anos fechou os olhos e permitiu que esses contactos fossem válidos", disse Rui Pinto.
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