Equipa do DCIAP para investigar crimes do futebol "foi um autêntico flop", diz Rui Pinto
Ouvido em tribunal esta segunda-feira, Rui Pinto confirmou que acedeu à caixa de correio eletrónico de Amadeu Guerra, antigo diretor do DCIAP. Disse também que a equipa criada por aquele órgão do Ministério Público para investigar crimes ligados ao futebol foi um "flop".
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Na quarta sessão do interrogatório a Rui Pinto, esta segunda-feira, o denunciante e criador da plataforma Football Leaks confirmou que, em 2018, acedeu à Procuradoria-Geral da República através da caixa de email de Amadeu Guerra, então diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e que o fez porque queria saber quem era a fonte de um artigo que saíra na revista Sábado sobre o próprio.
"A 13 de setembro de 2018, a Sábado publicou um artigo sobre, entre outras coisas, os emails do Benfica. Juntaram um monte de mentiras e comecei a receber dezenas de ameaças de morte. A conta de Facebook do meu pai foi hackeada, ele fez uma queixa na PJ, um caso que meteram numa gaveta e arquivaram sem qualquer diligência. O artigo falava em tentativa de extorsão ao Benfica, Sporting e em venda de informação ao FC Porto. Parte desse artigo tinha sido baseado em fontes judiciais, é evidente. E a fonte podia ser um inspetor da PJ. Então o meu foco voltou-se para o DCIAP. Queria saber quem era a fonte que estava a passar essas informações, mas infelizmente nunca consegui lá chegar", revelou hoje, no Campus da Justiça.
O pirata informático argumentou, depois, que a "equipa especial" criada pelo DCIAP para investigar crimes ligados ao futebol "foi um autêntico flop". "Apenas avançaram e mostraram resultados em inquéritos contra mim", apontou, citado pelo Jornal de Notícias.
"Percebi que a prioridade de Amadeu era apanhar o hacker do futebol. Os processos onde eu era suspeito tornaram-se a prioridade. Os processos de corrupção desportiva passaram para segundo plano", referiu ainda Rui Pinto.
Rui Pinto disse em tribunal que não foi o responsável por outros acessos, que terão incluído a extração de documentos, à rede fechada da Procuradoria-Geral da República (PGR). "Apenas acedi ao conteúdo da caixa de correio de Amadeu Guerra", declarou, apelidando Amadeu Guerra de "adepto benfiquista".
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