Presidente das águias falou aos jornalistas neste domingo, depois de ter vencido a primeira volta das eleições, à frente de Noronha Lopes
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Reação à vitória na primeira volta: "Quero agradecer a todos os benfiquistas, e enaltecer este dia tão histórico e tão bonito da história do nosso clube, mostra a dimensão do nosso clube ao mundo. Os sócios mostraram-se, mais uma vez, presentes, tornaram estes dias tão longos. Quero agradecer à organização por toda a operação, que foi magnífica, ao trabalho do presidente da Mesa de Assembleia Geral, José Pereira da Costa, à minha lista, e aos trabalhadores que auxiliaram como puderam, estou muito orgulhoso do que é ser benfiquista."
Resultado esperado: "Toda a gente pensava o mesmo, com seis candidatos era quase inevitável uma segunda volta. Estou muito honrado pelo voto de confiança que os sócios do Benfica me deram, sabíamos todos que dificilmente alguém sairia como vencedor na primeira volta, a mobilização das pessoas que acreditam em mim deixa-me tremendamente orgulhoso. Estou confiante [para a segunda volta], ouvi, há pouco, que 60 por cento, que não são 60 por cento, são 58 por cento, não confiam na minha eleição, mas é uma conta gira de fazer, porque, se há 58% que não acreditam em mim, há 70% que não acreditam no outro lado [dirigindo-se aos comentários de Noronha Lopes]. Cada um faz as contas como quer."
Sobre possível apoio de Luís Filipe Vieira: "Não liguei para ninguém, ninguém ligou para mim. Estive em casa com a minha família, em contacto com a minha lista, não se festeja uma coisa que não se concretizou. Estou honrado e agradecido por esta responsabilidade acrescida que me deram."
Segunda volta: "Todos nós queríamos que acabasse na primeira volta, para não termos mais 15 dias de eleições, para que o clube se possa concentrar no dia a dia, mas era inegável, era uma situação muito fácil de prever. Continuarei a privilegiar o facto de ainda ser presidente, estamos numa altura da época de extrema importância para o clube. Vou continuar a mostrar as minhas ideias para o futuro."
Sobre a possibilidade de demora semelhante na contagem dos votos na segunda volta: "Ouvi algumas coisas sobre o tempo das contagens, temos de perceber como foram estas eleições. Se houvesse voto eletrónico, tinha sido mais fácil, e teriam votado mais pessoas, isto fez com que a contagem se estendesse para as horas que se estendeu, obrigou a que muitas pessoas não pudessem votar, e obrigou as pessoas a trabalhar ininterruptamente. As listas estavam divididas entre quatro boletins, demora a contar cada um. Dou os meus parabéns a José Pereira da Costa e à sua equipa pelo trabalho extraordinário. Era uma operação que se sabia que ia ser morosa. Acho que todos os benfiquistas estão orgulhosos deste recorde. Não batemos o recorde, atropelámos o recorde mundial [que pertencia ao Barcelona]."
Possível novo recorde na segunda volta: "Gostaria muito, faço esse apelo, para que se dê outra resposta desta dimensão. Da minha parte, de forma egoísta, digo às pessoas que votaram em mim que não pensem que não vale a pena voltar a votar em mim."
Sobre calendários da equipa A: "Não deixarei de ser presidente, irei sempre privilegiar ser presidente do Benfica. Temos três competições até lá [segunda volta das eleições], temos de olhar por elas. Primeiro, estou no patamar de presidente. Enquanto candidato, quero continuar a dialogar com os sócios do Benfica."
Resultados da eleição: "Os resultados andavam para cima e para baixo, desde o princípio que a perceção é que haveria uma segunda volta, nunca seria decidido à primeira volta, não houve grande entusiasmo. Alguns canais deram resultados que ainda não tinham saído."
Diferença de votos para Noronha Lopes: "Uma diferença pontual? Como assim, não foi grande? Falamos de 12% de diferença, numa votação de mais de 80 mil pessoas."
Aposta na mudança: "Temos orgulho de sermos um clube democrático, acho muito bem que cada um tenha a sua opinião, a sua ideia. Faço mais um elogio a estas eleições: 85 mil pessoas votaram nos vários postos pelo país, e foi tudo tão democrático, não se ouviu falar em problemas entre adeptos de duas fações. Foi democrático, lindo, maravilhoso, histórico, que a próxima seja assim, também, com esta democracia e bom senso. No final do dia, somos todos Benfica."
Possível mudança do sistema de votos: "O sistema de votações entrou nos novos estatutos do clube. Não havendo unanimidade, o voto eletrónico não pode ser feito, espero que tenha servido de aviso para o que perdemos com isso."
Sobre menor percentagem obtida, comparativamente às últimas eleições: "Vejo com grande satisfação. Foi uma eleição com seis candidatos, bons candidatos. Se olharmos para o número de votantes, tive mais do que há quatro anos."
Não recebeu mensagens de outros candidatos: "Acho natural, ainda ninguém ganhou as eleições, saiu vencedor da primeira volta, mas ainda não há um novo presidente. Não estou nem chateado, nem triste, ou ofendido."
Disponibilidade para enfrentar Noronha Lopes em debates: "Estou sempre disponível para discutir o Benfica com todos os benfiquistas, nunca foi uma coisa que não disse que ia fazer."
Sobre Noronha Lopes ter ficado à frente na votação no Estádio da Luz: "Por que razão não pergunta se não estou feliz por ganhar em todo o país? Foi uma vitória num local, eu tive a vitória em todo o país, fiquei orgulhoso, feliz."
Possibilidade de convidar os outros candidatos para assistirem a um jogo na tribuna presidencial da Luz: "Ainda não ganhei nada. Neste momento, continuo a ser presidente do Benfica, com a responsabilidade de ser o presidente, o que será sempre metido à frente de tudo. Depois, então, continuo com a campanha."
Sobre possibilidade de atingir 60% com votos de Luís Filipe Vieira: "Agrada-me que os sócios tenham confiança em mim, não comprei votos a ninguém, apresentei as minhas ideias para o futuro. Inevitavelmente, espero que mais alguém, dos sócios, me acompanhe nisso."
Sobre sócios que não votaram em Rui Costa: "Ainda bem que é assim. Respeito muito isso, com humildade e respeito pela democracia do clube, vou tentar não perder os meus, e conquistar os outros, com as minhas ideias."
Votos de Mourinho e jogadores do Benfica: "Não vejo qual é o ponto, os jogadores do Benfica sempre votaram nas eleições do Benfica. Se calhar vou ter uma eleição antes de cada jogo, desta vez correu bem [vitória por 5-0 com o Arouca]. Falei com Mourinho sobre o jogo, não falo de eleições com o meu treinador. Temos muita coisa para fazer no Benfica, o treinador tem de treinar a equipa, preparar a equipa, é isso que quero que faça. Não quero nenhum envolvimento, não se pode esconder tudo do balneário, até pelo mediatismo destas eleições, mas queremos criar uma bolha para que se trabalhe em paz. Não são coisas que transmita lá para dentro."
Segunda volta sem jogo no mesmo dia: "Tinha feito um apelo para que, durante o jogo, as eleições ficassem fora do estádio, e a demonstração dos nossos sócios foi fantástica, os nossos adeptos estiveram sempre com a equipa, a coisa correu lindamente. Vamos ter outra vez um dia eleitoral bastante concorrido. Não sei se vamos ter o mesmo número ou o atual, mas será, de certeza, um número muito alto. O Benfica precisa de estabilidade, seja com quem for, pelo facto de haver seis candidatos, é normal que haja algum frisson [entusiasmo]. Quem ganhar, tem de ter a perceção de unir a família benfiquista o quanto antes."
Sobre força que as eleições transmitem aos jogadores: "Há coisas que não podemos anular no balneário. Eles não ficaram alheios ao número de pessoas que vieram votar em nome do Benfica, isso é sentido pelos jogadores."
Novamente sobre possível apoio de Luís Filipe Vieira: "Vou continuar a fazer a minha campanha, falando com os benfiquistas. Não quero perder os que votaram em mim, e quero angariar os que não votaram em mim. Não é uma decisão que compita a mim, nem é uma coisa em que esteja a pensar, neste momento, vou fazê-lo por mim mesmo. Mandei os meus para casa descansar, amanhã chegarei ao estádio e falarei com a minha equipa. Quarta-feira temos jogo, temos de estar afinados. Se fosse ao contrário, não era Rui Costa a apoiar outro candidato, não somos donos de quem vota, as pessoas que votaram nos outros candidatos vão decidir em quem vão votar agora, não tendo lá o candidato deles."
